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As 8 melhores séries de 2017

Parece que a cada ano temos mais opções de séries e filmes pra ver, né? Mais do que impressão, a diversidade de empresas que disponibilizam conteúdo é realmente maior e em meio a essa avalanche de produções há muita coisa “passável”, e outras que são obrigações para os fãs de TV – ou de streaming. 

Essa lista contém as melhores séries do ano, que tiveram muita repercussão ou que nem tanto – mas nem por isso, são menos importantes. Se ainda não viu alguma dessas, estão aí boas dicas de maratonas para começar 2018 com o pé direito. 

Big Little Lies


A produção da HBO levou vários prêmios no decorrer do ano, e seu êxito deu base para a antologia transformar-se em série com uma nova temporada no canal, prevista para 2019. A trama aborda jovens mães envolvidas em um assassinato, num clima “quem matou?” ao longo de todos os episódios, além da descoberta de segredos e dilemas na vida privada dessas mulheres. Reese Witherspoon, Nicole Kidman e Shailene Woodley brilharam e mal podemos esperar para vê-las na nova temporada. 

The Handmaid’s Tale

Essa foi a série que colocou o Hulu no mapa, e desbancou HBO e Netflix no maior prêmio do Emmy 2017. O drama é baseado na distopia de Margaret Atwood, publicado em 1985. A República Gilead, um Estados Unidos pós golpe fundamentalista, aprisiona mulheres férteis - escassas nesse período - em prol da sobrevivência da sociedade, obrigando-as a carregarem filhos dos donos dessa nova ordem. Elisabeth Moss arrasou como protagonista, e levou pra casa o Emmy de Melhor Atriz em Série de Drama. 

Feud – Bette e Joan


A antologia do FX tem o propósito de mostrar rixas de ícones da indústria do entretenimento, e em sua primeira temporada abordou Bette Davis (Susan Sarandon) e Joan Crawford (Jessica Lange) nos bastidores do filme “O que terá acontecido a Baby Jane?”. A série é super bacana e evidencia como a própria indústria alimenta rixas entre mulheres, que podem e devem muito bem se unir para o bem comum. 

This Is Us

Destaque da NBC em sua segunda temporada, “This Is Us” retrata a vida de três irmãos que nasceram no mesmo dia, Kate e Kevin, que são filhos biológicos de Jack e Rebecca, e Randall, filho adotivo do casal. Ao longo dos episódios a vida dos personagens é apresentada em diversas linhas do tempo. O sucesso do show garantiu a segunda temporada que está no ar, e uma terceira para o próximo ano. 

Master of None


A comédia da Netflix não pega de primeira, essa é a verdade. Porém, aqueles que dão um crédito para a produção de Aziz Ansari, também protagonista, encontram uma série hiper conectada com o jovem de hoje. A segunda temporada que estreou esse ano é a melhor. Spoilers à parte, um episódio trata sobre o assédio endêmico da indústria do entretenimento, e expõe na cara dura como as coisas acontecem. Relacionamento com nossos pais, tradição vs modernidade, minorias, tudo é material para o roteiro se desenvolver e nos prender. 

Girls

Ignorada nas premiações desse ano, a última temporada de “Girls” da HBO é a melhor e nos apresenta as personagens de uma forma madura nunca vista antes. Com um final surpreendente, foi legal nos despedirmos de Hannah, Marnie, Jessa e Shosh, que de amigas não tem nada, mas que nos divertiram muito por seis anos. 

Atypical


Essa pérola da Netflix não recebeu tanta atenção quando lançada. Parecia mais uma dessas produções meia boca do serviço, só pra encher catalogo, mas a real é que “Atypical” é super divertida e com uma narrativa única. 

Sam, um adolescente com autismo, tem vontades como qualquer outro garoto e, a partir de uma recomendação de sua psicóloga, decide procurar uma namorada. Mas é claro que um rapaz tão peculiar como Sam vai encontrar alguns desafios pelo caminho. Pessoas que fazem parte do Espectro Autista ainda são pouco conhecidas, e é super importante uma série que humaniza pessoas como essa. 

Mindhunter

Mais uma da Netflix! Com produção de David Fincher e baseada em um livro, a trama foca em Holden Ford (Jonathan Groff) e Bill Tench (Holt McCallany), detetives do FBI empenhados em traçar perfis psicológicos de assassinos americanos. A série se passa em 1977, quando a psicologia criminal ainda estava nascendo e o termo “serial killer” nem mesmo existia. Uma ótima pedida para os aficionados por dramas policiais. 

***

Além desses destaques, podemos citar ainda a segunda temporada de “Stranger Things”, “Game of Thrones”, “American Gods” e “13 Reasons Why” que encheram nossos olhos esse ano. Agora é esperar 2018 com a continuação de alguns desses sucessos para nos deixar ainda mais ligados na TV. 

Os 35 melhores discos de 2017

Da Lorde ao Kendrick Lamar, passando por Kesha, SZA, Demi Lovato, Kelly Clarkson, entre tantos outros nomes, fica difícil olhar para trás e dizer que 2017 não foi um ótimo ano para a música.

As 50 melhores músicas eletrônicas de 2017

Quem não teve um "tuntz tuntz" pra chamar de seu em 2017, que atire a primeira pedra! Em meio a essa explosão de ritmos entoada pelo boom dos streamings, não é de se espantar que as músicas eletrônicas também tenham tomado seu espaço de vez na indústria da música em geral.

Prova disso são as inúmeras parcerias (que deram certo) de artistas considerados do meio "mainstream" aos DJ's que, até ontem, só achavam seu espaço em programas de rádio destinados à EDM. E como já é tradição há alguns anos, como forma de celebrar os hinos eletrônicos de cada balada, o It Pop resolveu listar aqueles bate-cabelos que não podem faltar na nossa fechação.

Essas são as melhores músicas eletrônicas do ano:

50. Cat Dealers & Evokings, “Gravity (feat. Magga)”




Pra dar início ao nosso "the best of", nada melhor do que já evocarmos uma "versão brasileira: Herbert Richers". Mostrando que o produto tupiniquim também é de ótima qualidade, o Cat Dealers se juntou à dupla Evokings para nos presentear com a faixa de "Gravity", uma deliciosa mistura que vai da simples guitarra aos mais poderosos sintetizadores.

49. Tiësto, “On My Way (feat. Bright Sparks)”




48. Ryan Blyth X After 6, “Special (feat. Luther Soul)”




47. Alok, Bruno Martini & Zeeba, “Never Let Me Go”




46. Punctual, “Fading Youth”




45. Skrillex & Poo Bear, “Would You Ever”




Responsável pela produção de inúmeros hits e conhecido pela grande massa, recentemente, por conta da parceria com Anitta em "Will I See You", o americano Poo Bear resolveu unir forças ao sempre irretocável Skrillex para dar vida a "Would You Ever", produção que traz elementos bem acentuados de cada um dos dois: os detalhes minimalistas de Poo Bear ao som pesadão de Skrillex. Hit na certa!

44. The Knocks, “WORSHIP (feat. MNEK)”




43. Dillon Francis, “Say Less (feat. G-Eazy)”




42. Oliver Heldens, “I Don't Wanna Go Home”




41. TCTS, “Do It Like Me (Icy Feet) [feat. Sage The Gemini & Kelis]”




40. DJ Zinc, “Feel The Love”




Em meio a tantos nomes de pesos, surge ainda de forma tímida (mas não menos poderosa), a figura do DJ Zinc. Engana-se, porém, que estamos aqui falando de um calouro quando o assunto é EDM. Na pista desde 1995, quando ainda atendia pelo nome de Super Sharp Shooter, o londrino Zinc manteve-se fora dos holofotes até o lançamento de "Feel The Love",  uma track com cheirinho de sucesso daquelas de tirar o fôlego.

39. Robin Schulz & HUGEL, “I Believe I'm Fine”




38. Martin Solveig, “All Stars (feat. Alma)”




37. Sophie Francis - Without You




36. Anton Powers & Pixie Lott, “Baby”




35. James Hype!, “More Than Friends (feat. Kelli-Leigh)”




Arrepiando desde o primeiro toque, "More Than Friends" é muito mais do que uma aposta. Lançada em meados de julho, a faixa fez um sucesso estrondoso em toda a Europa, levando o nome de James Hype! ao TOP 10 de países como Inglaterra, Escócia, Polônia, Bélgica e outros mais. O motivo? Som de qualidade, com acordes inigualáveis e vocais em perfeita sintonia, entoados pela talentosa Kelli-Leigh.

34. Steve Aoki & Lauren Jauregui, “All Night”




33. Galantis, “Rich Boy”




32. Jonas Blue, “Mama (feat. William Singe)”




31. WHTKD & KStewart, “Secrets”




30. CamelPhat & Elderbrook, “Cola”




O papo aqui é só com quem foi indicado ao Grammy, ok? Formado em terras londrinas, o duo CamelPhat convidou o incrível Elderbrook para um dueto que, como adiantado, concorre à gravação dance do ano no Grammy de 2018. E não é pra menos! "Cola" é uma produção que encanta a todo segundo, usando e abusando da sensualidade de pequenos gemidinhos em meio a batidas que mais lembram um desfile de moda daqueles mais "chicosos".

29. Matt Nash, “Let You Go (feat. Georgi Kay)”




28. Don Diablo, “Save a Little Love”




27. Jacob Plant, “About You (feat. Maxine)”




26. Hook N Sling x Parson James x Betty Who, “If You're Hearing This”




25. Alan Walker, Noah Cyrus & Digital Farm Animals, “All Falls Down”




Como fizemos questão de frisar no início deste post, 2017 ficou especialmente marcado pela junção de artistas considerados mais comerciais a outros que possuem um público bastante direcionado. Aqui encontramos uma das parcerias que mais deram certo! Noah Cyrus interpreta brilhantemente o hino eletrônico "All Falls Down", uma mescla sonora sensacional produzida por Alan Walker e Digital Farm Animals.

24. DJ Snake, “A Different Way (feat. Lauv)”




23. David Guetta & Afrojack, “Dirty Sexy Money (feat. Charli XCX & French Montana)”




22. KATO & Sigala, “Show You Love (feat. Hailee Steinfeld)”




21. Bakermat, “Don't Want You Back (feat. Kiesza)”




20. Duke Dumont & Gorgon City, “Real Life (feat. Naations)”




Eles já foram personagens principais das listas anteriores de fim de ano. De uma forma não menos incrível, Duke Dumont e o duo Gorgon City marcaram presença no ranking de 2017 com o hit "Real Life", participação com o Naations. Já na primeira ouvida, a track traz à nossa mente a mistura de algumas músicas que nos remetem aos anos 80 com toques característicos das primeiras eletrônicas lançadas em meados dos anos 2010. Resumindo: hino pra ninguém botar defeito!

19. Dante Klein, “Harder (feat. HAILZ)”




18. Sigala & Ella Eyre, “Came Here For Love”




17. Kygo & Selena Gomez, “It Ain't Me”




16. Calvin Harris, “Slide (feat. Frank Ocean and Migos)”




15. Cheat Codes, “No Promises (feat. Demi Lovato)”




Quem também resolveu investir na EDM em 2017 foi Demi Lovato. E em grandíssimo estilo! Em "No Promisses", a dupla Cheat Codes transforma os vocais de Demetria em sussurros mais moderados e cadenciados que, no refrão, tomam ares de um anúncio apoteótico. Brincando de ser foda, a parceria torna impossível a missão de apontar um único erro que comprometa a faixa.

14. Cashmere Cat, “Quit (feat. Ariana Grande)”




13. Marshmello, “Silence (feat. Khalid)”




12. Snakehips & MØ, “Don't Leave”




11. Low Steppa, “Can't Lie (feat. Geneva White)”




10. Solo Suspex, “They Don't Know”




Preparados pra uma aulinha básica de ginástica? Relembrando o melhor do que a dance music dos anos 90 nos proporcionou, o fodástico Solo Suspex recriou o status de sleeper hit ao lançar a maravilhosa "They Don't Know". Importante ressaltar que a base se constrói em um toque "que já ouvimos antes", mas com elementos que, definitivamente, nunca se encontraram em uma mesma faixa anteriormente, o que é espetacular. Deliciem-se.

9. Alesso, “Falling”




8. Rudimental, “Sun Comes Up (feat. James Arthur)”




7. Avicii, “Lonely Together (feat. Rita Ora)”




6. The Chainsmokers & Coldplay, “Something Just Like This”




5. Riton, MNEK & The House Gospel Choir, “Deeper”




Parece que o DJ britânico Riton pegou a fórmula certa de se fazer hits. Dono de uma das músicas eletrônicas mais executadas no mundo em 2016, com "Rinse & Repeat", o cara resolveu reunir os incomparáveis vocais do MNEK ao incrível projeto The House Gospel Choir (que faz da música gospel uma introdução à house music) para criar a deliciosa "Deeper", faixa revestida por uma roupagem em que os sintetizadores dão conta do recado de forma quase orquestral!

4. Major Lazer, “Sua Cara (feat. Anitta & Pabllo Vittar)”




3. Jax Jones, “Instruction (feat. Demi Lovato & Stefflon Don)”




2. Martin Garrix & Dua Lipa, “Scared To Be Lonely”




1. Zedd & Alessia Cara, “Stay”




Épica. Esplêndida. Epopéica. Fabulosa. Sublime. Magnífica. "Stay".

***

Não conhecia alguma das faixas? Calma, que ainda está em tempo de curtir todas elas com a nossa playlist no Spotify:

Os 35 melhores singles de 2017

“Tempos difíceis te farão questionar porque ainda tenta”, cantou Paramore em “Hard Times”. Numa época em que política e outras questões sociais passam por uma fase tão turbulenta, a música teve um importante papel para nos desligar um pouco de tudo isso e, na mesma medida, também nos despertar.

Em tempos de streamings, os singles assumem a posição de transmitirem essas mensagens com a urgência que pede o fã da música atual e, inevitavelmente, são as faixas que têm algo a mais para dizer que terminam se destacando ao longo dos doze meses que fizeram 2017.

Esses são os melhores singles do ano:

35. Clean Bandit, “Symphony (feat. Zara Larsson)”



Grandiosa em todos os sentidos, “Symphony” reafirma a importância do Clean Bandit e essa improvável mistura entre as músicas clássica e eletrônica para o cenário atual, também dando espaço de sobra para Zara Larsson, mais uma vez, brilhar. A perfeita sinfonia moderna. - NA

34. Calvin Harris, “Slide (feat. Frank Ocean & Migos)”



Disposto a se reinventar, Calvin Harris apostou no “chill out”: uma mistura de funk com sintetizadores ao estilo anos 80, que cria toda uma atmosfera veranesca. Se suas novas músicas foram “sonoramente projetadas para fazer você se sentir incrível pra caralho”, como ele mesmo disse, ao escutar “Slide”, a parceria inusitada com Frank Ocean e Migos, podemos dizer que seu objetivo foi alcançado. - NA

33. Anne-Marie, “Ciao Adios”



Não queremos viver em um mundo em que essa faixa não foi o maior smash hit dos últimos cinco anos. - GT

32. Lady Gaga, “The Cure”



Talvez essa música tivesse passado despercebida se fosse uma parceria da Hailee Steinfeld ou qualquer outra cantora pop descoberta depois de 2015 com alguma dupla de música eletrônica americana em busca de seu primeiro hit na parada global do Spotify, mas ter sido lançada por Lady Gaga fez toda a diferença, certo? - GT

31. Snakehips, “Don’t Leave (feat. MØ)”



Distante das mãos de Diplo, com quem colaborou nos hits “Lean On” e “Final Song”, MØ retoma a sonoridade pop alternativa de seus trabalhos anteriores, agora sob a produção do Snakehips, claramente inspirada no som de Flume, que ditou a tendência marcada por hits como “Closer”, dos Chainsmokers, e “Never Be Like You”, do seu próprio repertório. “Don’t Leave” é sentimental, dançante e explosiva na mesma medida. - GT

30. P!nk, “What About Us”



Uma faixa que poderia passar batida como apenas mais uma investida fora do timing no tropical house, se não fosse a sua importante composição. Deixando sua marca no tão comentado pop-político de 2017, P!nk mandou seu recado ao presidente americano ao questioná-lo sobre “todos os planos que acabaram em desastre”. Tudo isso de uma forma imponente e envolvente, como só ela poderia fazer. - NA

29. Shawn Mendes, “There’s Nothing Holding Me Back”



Depois de ficar estagnado em sua zona de conforto, Shawn Mendes parece ter finalmente aprendido a absorver o melhor de seus trabalhos anteriores, ao mesmo tempo em que consegue experimentar e, mesmo que minimamente, arriscar. O resultado? A melhor música de sua carreira (até aqui). - NA

28. Carly Rae Jepsen, “Cut To The Feeling”



Não contente em ter lançado um dos melhores álbuns pop dos últimos anos, “Emotion”, e, um ano mais tarde, um dos relançamentos mais importantes da década, “Emotion: Side B”, Carly Rae Jepsen também fez com que o mundo aclamasse uma música lançada para uma animação que praticamente ninguém assistiu. “Cut To The Feeling” resgata a euforia pop que esperamos para ver de volta às paradas desde o primeiro dia de nossas vidas. - GT

27. Bruno Mars, “That’s What I Like”



Justin Timberlake nunca será. - GT

26. Paramore, “Hard Times”



Os tempos podem ser difíceis, mas isso não significa que precisamos parar de dançar. “Hard Times” é irônica na medida certa: enquanto lamentam e questionam se vale a pena tentar, Hayley e sua trupe reinventam o som do Paramore, provam que são muito mais do que aquela banda pop-punk dos anos 2000 e, exatamente por isso, continuam passando por louvor ao teste do tempo. - NA

25. Kelly Clarkson, “Love So Soft”



O amor de Kelly Clarkson pode ser suave, mas a batida é pesada. Após uma luta de anos com sua antiga gravadora, e de ser finalmente contratada por outro selo, a cantora conseguiu lançar o disco dos seus sonhos e um dos melhores de sua carreira. A mistura de pop com soul que resgata suas raízes texanas em “Love So Soft” é a prova disso. - NA

24. Miley Cyrus, “Younger Now”



Vivendo o clichê da vida que imita a arte, Miley Cyrus se encontra com os dilemas de sua Hannah Montana e a busca por uma identidade própria aos olhos públicos. Entre hits, fracassos e, dentro de um gênero reinado por ícones camaleônicos, críticas pelas mudanças de sua personalidade, a cantora surge plena e segura de si, enquanto canta que “ninguém permanece o mesmo”. Apesar de amarmos as porralouquices que renderam as eras “Bangerz” e “Dead Petz”, também é inspirador vê-la tão confortável com o que se tornou agora. - GT

23. Arcade Fire, “Everything Now”



A hipérbole pop do Arcade Fire e sua fase “Everything Now” foi capaz de dividir opiniões até mesmo de seus fãs mais fiéis, mas não deixa dúvidas quanto a relevância e grandiosidade do que se tornou uma das maiores bandas da atualidade, mesmo que eles estejam sampleando “Dancing Queen” em pleno 2017. - GT

22. Bloodpop®, “Friends (feat. Justin Bieber)”



Justin Bieber teve alguns dos principais hits da era “Purpose” produzido por Bloodpop, então nada mais justo do que devolver esta parceria, desta vez fazendo o nome do produtor acontecer. “Friends”, apesar de soar simples demais nas primeiras audições, é daquelas faixas que crescem a cada ouvida e, facilmente, garante o seu posto entre um dos melhores acontecimentos pop do ano. - GT


21. Charli XCX, “Boys”



O pop em sua perfeição. - NA

20. Rita Ora, “Anywhere”



#JUSTICEFORRITAORA. - GT

19. Fifth Harmony, “Angel”



O ano foi de muitas mudanças para o Fifth Harmony. Sem sua quinta integrante e cada vez mais inspiradas pelo hip-hop e R&B que, em outrora, consagrou girlbands como Destiny’s Child e TLC, o grupo até conseguiu lançar um de seus melhores trabalhos. “Angel” é sexy, precisa e envolvente, enfim, nos mostrando a tal harmonia que tanto procuramos em seus trabalhos anteriores. - GT

18. Lana Del Rey, “Lust For Life (feat. The Weeknd)”



O lado piegas de Lana Del Rey, somado ao sexy e propriamente pop de The Weeknd, é o que dita a grandiosidade de “Lust For Life”, faixa esta que faz justiça a conexão que os dois disseram ter musicalmente antes mesmo de se conhecerem. Daquelas parcerias que não vamos nos incomodar caso se repita mais e mais vezes e que, definitivamente, deveria ganhar um Grammy por cada um de seus segundos. - GT

17. Ariana Grande, “Everyday”



Talvez um dos novos nomes que chegou mais perto de se equiparar à safra de cantoras como Rihanna, Beyoncé, Lady Gaga e Beyoncé, Ariana Grande, com toda certeza, tem muita coisa para nos mostrar, mas fez um trabalho excelente com o disco “Dangerous Woman” e, neste ano, ainda colheu seus frutos ao som da deliciosa “Everyday”. Future, o que tenho a ver. - GT

16. Luis Fonsi, “Despacito (feat. Daddy Yankee & Justin Bieber)”



A gente sabe que antes de Justin Bieber, “Despacito” já era um hit fora dos EUA, mas não dá pra negar que, com o canadense, a música pode ultrapassar ainda mais barreiras. E felizmente, afinal, mesmo após o cansaço por todo o sucesso, continua sendo uma música incrível e que, dos acordes iniciais à desacelerada do seu refrão, nos dá uma boa razão para desejar que a música latina possa ir ainda mais longe em 2018. - GT

15. Camila Cabello, “Havana”



Mais do que um smash hit que tomou o final de 2017, “Havana” tem alma: enquanto se reconecta com suas raízes cubanas, em meio a uma composição simples, porém eficiente e essencialmente pop, Camila Cabello finalmente parece se encontrar com a artista que quer ser – e que nós, com certeza, queremos ver. - NA

14. Taylor Swift, “Look What You Made Me Do”



A letra pode ser bobinha e sobre um assunto que, definitivamente, ninguém aguenta mais ouvir. Mas, ao lado de Jack Antonoff, Taylor Swift conseguiu alcançar um dos momentos mais imprevisíveis e interessantes de sua carreira, com uma sonoridade que, apesar do sample de “I’m Too Sexy”, nos lembra mesmo é do nome que fez escola para a música pop atual: Britney Spears. - GT

13. Selena Gomez, “Bad Liar”



Do sample de “Psycho Killer” aos vocais, aqui melhores aproveitados do que nunca, “Bad Liar” é um passo promissor para a carreira que já ia bem de Selena Gomez. Mais uma vez, a cantora se torna um exemplo de que, para impressionar e ser artisticamente levada a sério, não é preciso abrir mão da sua identidade ou soar chata demais para a música pop. - GT

12. J Balvin, “Mi Gente (feat. Willy William)”



“Mi Gente” pode soar como apenas mais uma música dançante, mas, no mesmo ano em que Donald Trump assumiu a presidência dos EUA e expôs, entre outras coisas, seu preconceito contra o povo latino, é libertador ter J Balvin cantando para os quatro cantos do mundo que sua “música não discrimina nada e é assim que vamos romper as barreiras”. - GT

11. Katy Perry, “Chained To The Rhythm (feat. Skip Marley)”



Foram muitas as vezes que Katy Perry flertou com o pop oitentista, dos synths do hit “Teenage Dream” a “International Smile”, do seu disco “Prism”, mas para abrir a era “Witness”, a cantora entrou de cabeça na sonoridade com o pop-político de “Chained To The Rhythm”, uma crítica ironicamente dançante sobre a sociedade atual e para onde estamos indo, que caminhou na contramão de tudo o que foi tendência para as rádios deste ano. - GT

10. Little Mix, “Touch”



Por toda sua discografia, Little Mix trabalhou para se mostrar gradualmente mais maduro e poderoso. Com uma produção impecável e um refrão chiclete e explosivo, que usa e abusa de toda a harmonia do grupo, a sexy e divertida “Touch” é o ápice dessa construção. - NA

09. Demi Lovato, “Sorry Not Sorry”



Os últimos anos foram de muitas reafirmações para Demi Lovato, mas foi em seu último disco, “Tell Me You Love Me”, que a cantora parece, enfim, ter encontrado um ponto de equilíbrio entre a maturidade que conquistou nos últimos anos pessoalmente com o que é capaz de nos oferecer musicalmente. Do arranjo aos vocais, o R&B sexy e sem remorsos de “Sorry Not Sorry” conquista facilmente o título de trabalho mais interessante e maduro de toda a sua carreira. - GT

08. Major Lazer, “Sua Cara (feat. Anitta & Pabllo Vittar)”



Major Lazer foi um nome de peso para a formação do pop brasileiro como conhecemos hoje. Da Anitta a Ludmilla, passando por Valesca, Lexa e, inclusive, Pabllo Vittar, não tem um nome que não tenha sampleado ao menos uma faixa do trio e, neste ano, tê-los virando o jogo e se inspirando na música brasileira, foi pra inevitavelmente morrer de se orgulhar. “Sua Cara” parte de uma inspiração no samba, principalmente carnavalesco, somado aos elementos eletrônicos já usuais nas últimas investidas de Diplo e sua trupe. O resultado é uma faixa que, ao longo do ano, não deixou ninguém parado. - GT

07. Kesha, “Praying”



Uma balada poderosa sobre perdão, fé, recomeço e acreditar em si mesmo, apesar das adversidades. É muito mais do que uma resposta ao Dr. Luke, é uma lição de vida de alguém que passou por muita coisa, descobriu quem era e quanta força tinha dentro de si neste processo e, depois de tudo, ainda foi forte para compartilhar sua história e verdadeiros sentimentos com a gente. Só podemos agradecê-la pelos ensinamentos. - NA

06. Logic, “1-800-273-8255 (feat. Alessia Cara & Khalid)”



São raras as vezes que músicas com mensagens importantes também se tornam grandes hits. Felizmente, esse foi o caso de “1-800”. Com uma abordagem cuidadosa, porém bastante honesta sobre depressão e suicídio, a parceria entre Logic, Alessia e Khalid consegue nos arrepiar do início ao fim e prova, mais uma vez, algo que sabemos, mas muitas vezes esquecemos: uma música pode fazer a diferença. - NA

05. Dua Lipa, “New Rules”



Segundo o dicionário Merriam-Webster, a palavra do ano foi “feminismo”, tanto pelo aumento na procura do seu significado, quanto pelo impacto que ela teve em 2017. Na música, isso também foi refletido na voz de muitos nomes femininos, e um dos melhores exemplos foi a cantora Dua Lipa e as suas “New Rules”, que nos ensinaram da forma mais dançante e veranesca possível como se livrar daquele relacionamento lixo. Missão cumprida. - GT

04. Kendrick Lamar, “HUMBLE.”



Se Kendrick Lamar tem algo a nos dizer, o mínimo que devemos fazer é sentar e ouvi-lo. “HUMBLE.” é gritante, agressiva, apoteótica e, mesmo assim, chega na humildade, só pra reforçar o fato de que o cara é um dos maiores porta-vozes da comunidade negra dentro de uma indústria que tanto insiste em embranquecer todos os gêneros musicais possíveis. - GT

03. Lorde, “Green Light”



Lorde pode não ter causado o mesmo impacto de outrora com o disco lançado neste ano, “Melodrama”, mas quando lançou “Green Light”, um suspiro de esperança em meio ao turbulento 2017 que vivemos, nos deu um dos melhores momentos musicais do ano e ainda permitiu que dançássemos. - GT

02. Harry Styles, “Sign Of The Times”



Um clássico instantâneo. - NA

01. RIHANNA



Mesmo sem lançar um disco neste ano, Rihanna garantiu que teríamos algumas boas músicas por meio de suas parcerias, e que parcerias!, precisamos dizer. Sejam hits ou faixas que sequer foram singles, todas as músicas com a participação de Rihanna lançadas em 2017 foram algumas das melhores músicas lançadas em 2017, de forma que essa posição não poderia ser de outra pessoa, senão da voz de “Wild Thoughts”, “Lemon”, “Loyalty.”, “Selfish” e “Nothing Is Promised”. - GT

***

Esta é a parte em que colocamos uma playlist do Spotify com todas as músicas acima reunidas:


Textos por Gui Tintel e Nathalia Accioly, com colaboração de Guilherme Calais.

Os 35 melhores filmes cult de 2017

Já seria um clichê começar esse texto falando como é assombroso ver que 2017 acabou, mas ele se foi. A parte boa é que ele trouxe muitos filmes já clássicos e inesquecíveis para fazermos nossa atividade favorita: a lista de fim de ano com os melhores longas cult de 2017!

Caso você seja calouro no nosso estilo de listas para filmes, bem único, sente aqui, vamos conversar. O negócio é o seguinte: nós dividimos as listas da Sétima Arte em duas, a "cult" e a "pipoca" (essa você pode conferir clicando aqui). Qual o objetivo dessa segregação? Listar de forma mais homogênea filmes que possuem "objetivos" semelhantes. Porque não faz sentido comparar "A Bela e a Fera" com "A Deusa da Vingança", não é verdade?


Com o termo "cult" queremos dizer aqui os filmes que fogem do molde comercial hollywoodiano, aqueles blockbusters que entopem as salas de cinema. Os filmes aqui são mais restritos comercialmente, muitas vezes interessados em colocar você para pensar - mas se você quiser usar o termo para fazer a linha alternê com os amigos, citando filme paquistanês, singapuriano ou bélgico, nós apoiaremos. Você pode conferir a lista com os melhores de 2016 aqui.

Com essa restrição de distribuição, o calendário de estreias no nosso país fica bem mais complicado. Os filmes aqui apontados passaram pelo crivo de: 1 estrearem comercialmente no Brasil em 2017; ou 2 lançados em streaming no Brasil em 2017 (Netflix); ou 3 chegarem à internet sem data de lançamento nacional prevista.

Tendo tudo isso em mente, podemos ir aos felizardos nomes (com textinhos sem spoilers, leia sem medo). Preparado para uma viagem ao redor do mundo, da Singapura até o Chile, com as pérolas que você - talvez - não tenha visto (mas deveria)? Foi tanto filme bom que aumentamos o número de escolhidos de 30 para 35, eita ano maravilhoso. Vamos lá!



#35 A Atração (Córki Dancingu)

Direção de: Agnieszka Smoczynska
Duas sereias polonesas desejam chegar aos EUA, mas pegam um desvio quando são recrutadas por uma banda para performarem como strippers num bar local. A premissa de "A Atração" é tão absurda como o próprio filme, uma explosão de cores, sons e sangue nesse conto de fadas macabro. Um milagre imagético, a obra foge do molde comercial, então é preciso comprar a loucura narrativa sob luzes neon que é o melhor musical sobre sereias assassinas já feito na história. Leia a crítica completa na coluna Cinematofagia.


#34 Paterson (idem)

Direção de: Jim Jarmusch
“Paterson”, o filme, é uma obra da coincidência, do ciclo, da anti-expectativa, tão doces quanto os cupcakes da protagonista pelos seus personagens cativantes. Paterson, o homem, é o herói do cotidiano, encontrando beleza no detalhe e encabeçando um longa inspirador. “Paterson” é difícil de ser descrito além de “poesia na tela”, e é difícil explicar também como tudo funciona de forma tão harmônica. 


#33 Personal Shopper (idem)

Direção de: Olivier Assayas
Usando o luto como estopim, Assayas dissolve uma profunda e metafórica discussão sobre o ato de seguir em frente diante da perda, moldando uma personagem complexa que prefere ser regida e viver a vida dos outros ao assumir as próprias rédeas e enfrentar seus próprios problemas, incorporada com maestria por Kristen Stewart, finalmente mostrando que há talento a ser explorado debaixo daquele rostinho apático.


#32 A Garota Ocidental (Noces)

Direção de: Stephan Streker
Zahira é uma paquistanesa que se vê entre a cruz e a espada: aceitar as tradições do casamento de sua cultura ou embarcar numa jornada própria – para o desespero da família. “A Garota Ocidental” não é uma obra de surpresas, reviravoltas ou ineditismos, é pura e simplesmente um trabalho sobre choques culturais e como santificamos tradições que mascaram opressões: estas começam a serem dissolvidas com a globalização e a era da informação. Mas a que custo?


#31 A Morte de Luís XIV (La Mort de Louis XIV)

Direção de: Albert Serra
Utilizando-se de uma ótica diferente de cinebiografias usuais e uma produção técnica e visual de cair o queixo, “A Morte de Luís XIV” é um lento, claustrofóbico, contemplativo e silencioso retrato que excede expectativas, afinal, o desfecho do longa está em seu título. A lenda francesa Jean-Pierre Léaud leva às telas as agonias finais do Rei Sol, sendo um filme belo e exagerado sobre a preparação da morte, não o ato em si. 


#30 Newton (idem)

Direção de: Amit Masurkar
Em tempos onde um surreal tsunami pró-ditadura assola o Brasil, “Newton” é um símbolo da luta desenfreada pela democracia, dialogando com facetas sociais importantíssimas de forma lúdica, divertida e altamente relevante. Todos nós deveríamos ser Newton, que enfrenta as maiores desventuras e sai correndo com a urna embaixo do braço para garantir o direto universal do voto. Filme que dá vontade de abraçar.


#29 Lady Macbeth (idem)

Direção de: William Oldroyd
Classicão da tragédia vitoriana, “Lady Macbeth” é uma estrelar estreia de Oldroyd, que dirige com precisão essa sombria história sobre luxúria e libertação feminina (a um preço caro demais), numa hipnótica atuação de Florence Pugh, nome a ser seguido no futuro, que dá vida à uma personagem robusta e dúbia que sai do papel de mera vítima do patriarcado para domar o caos. 


#28 Más Notícias Para o Sr. Mars (Des Nouvelles de la Planète Mars)

Direção de: Dominik Moll
Espirituosíssimo, sarcástico e sem medo de ser feliz, “Más Notícias Para o Sr. Mars” (o título nacional é ainda melhor) é recheado de personagens icônicos, situações absurdas e dilemas irônicos, possuindo um dos mais divertidos roteiros do ano ao abraçar a Teoria do Caos e provar que o bom samaritanismo excessivo é uma péssima ideia. Às vezes uma dose de egoísmo pode até salvar a sua vida.


#27 O Suborno do Céu (El Soborno del Cielo)

Direção de: Lisandro Duque Naranjo
Uma comunidade colombiana vive tranquila até que um homem se suicida. Toda a cidade fica de pernas pro ar quando, depois do morto ser enterrado, o padre da paróquia local exige que o cadáver seja retirado do cemitério. A família se recusa, o que gera a ira do padre, cancelando todos os eventos religiosos da cidade. A população então se vê dividida entre sua fé e o apoio à família do suicida, rechaçado pelas leis divinas de séculos atrás. E essa é só a ponta do iceberg da saborosa bagunça moral de “O Suborno do Céu”.


#26 A Garota Desconhecida (La Fille Inconnue)

Direção de: Jean-Pierre Dardenne & Luc Dardenne
Em "A Garota Desconhecida", uma médica se sente culpada depois que uma jovem mulher, que ela se recusou a atender, aparece morta. O longa é um drama do dia a dia que comporta forte crítica social aos refugiados na Europa – principalmente negros, onde um evento particular, a morte da mulher, desencadeia outro público, a higienização social. A garota mal é mostrada, mas vira um fantasma pela obstinação da protagonista em reaver um dilema moral.


#25 Garotas Perdidas (Pojkarna)

Direção de: Alexandra-Therese Keining
Certo dia, três amigas encontram uma flor cujo néctar as transformam temporariamente em garotos. O que a princípio parece uma aventura à la Sessão da Tarde se revela um incisivo estudo sobre corpo, expressão social, sexualidade e identidade de gênero, criando ideias pertinentes e realizações maravilhosas – é bizarro ver como acharam atores tão parecidos com as atrizes em suas versões masculinas.


#24 Thelma (idem)

Direção de: Joachim Trier
Há aqui resquícios de várias outras obras – “O Exorcista”, “Grave”, “Carrie: A Estranha” e “13 Estações de Maria”, mas “Thelma” atinge nada longe o cinema de super-herói, sendo mais realístico e menos fantástico – toda a construção da personagem em nada se diferencia das construções dos mutantes na franquia “X-Men” –, entretanto, é inegável o requinte narrativo e técnico da película, usando metáforas e alegorias para deixar a cabeça do público voar. Leia a crítica completa na coluna Cinematofagia.


#23 Bom Comportamento (Good Time)

Direção de: Benny Safdie & Josh Safdie
Se Kristen Stewart se encontrou como atriz em “Personal Shopper”, Robert Pattinson faz o mesmo em “Bom Comportamento” – e de forma ainda mais estrelar. O “Depois das Horas” desse século, “Bom Comportamento” é um filme de amor bandido bastante sincero, que consegue compor personagens e situações para gerar a simpatia do público, mesmo com personas tão problemáticas. E possui os créditos finais mais bem valorizados dos últimos tempos.


#22 A Transfiguração (The Transfiguration)

Direção de: Michael O'Shea
“A Transfiguração” retrata a vida do maior fã da figura do vampiro que já existiu, que não abre mão de discutir desde cinema cult até literatura pop. Usando inteligentemente a cultura vampiresca, o longa se debruça nessa rica fonte para fugir das obviedades do tema, encontrando espaço para contextualizar o meio e criar personagens intrigantes – é quase como se “Moonlight” não fosse LGBT e colocasse Nosferatu na receita. “‘Crepúsculo’ é péssimo”, diz o protagonista. Então tá.


#21 O Estranho Que Nós Amamos (The Beguiled)

Direção de: Sofia Coppola
Sofia Coppola, que foi a segunda mulher a receber o louvável prêmio de "Melhor Direção" no Festival de Cannes, consegue alcançar um interessante patamar na sua carreira com "O Estranho Que Nós Amamos". Trabalho estético de primeira linha – a fotografia é para ver de joelhos, Coppola altera de forma correta o prisma narrativo da obra original, colocando nas mãos das mulheres o foco principal e estudando como aquele vírus masculino infecta sua casa. Leia a crítica completa na coluna Cinematofagia.


#20 A Constituição (Ustav Republike Hrvatske)

Direção de: Rajko Grlic
Veio da Croácia esse lindíssimo (e ácido) estudo acerca de uma característica primordialmente humana, que dita como nos comportamos e aceitamos (ou não) outros seres da mesma espécie: o preconceito. Cada personagem, dentro de suas particularidades, está envolvido por essa característica e vemos as disputas pessoais que a falta de empatia gera diariamente, sem passar a mão na cabeça. “A Constituição” nada mais é que uma verdadeira história de amor sobre o ódio.


#19 Mulheres do Século 20 (20th Century Women)

Direção de: Mike Mills
"Mulheres do Século 20" nos joga nos EUA da década de 80 e seguimos o ponto de vista de três mulheres de três gerações diferentes em meio da revolução sexual e o fortalecimento do feminismo, mostrando como as mesmas se enxergam dentro da nossa sociedade machista e patriarcal e como elas expressam suas liberdades, suas felicidades e suas dores. Resgatando não só um local geográfico mas uma faixa de tempo, o longa é um belíssimo estudo sobre o feminismo debaixo de um roteiro complexo que demonstra domínio cinematográfico e rende cenas memoráveis – a da menstruação é perfeita.


#18 Jackie (idem)

Direção de: Pablo Larrain
Com belíssima reconstituição de época e uma atuação impecável e contida de Natalie Portman (que incorpora Jackie Kennedy de maneira assustadora), “Jackie” alcança um ótimo saldo ao conseguir ir além do óbvio em cinebiografias, nos colando nos encalços da esposa (agora viúva) do homem mais poderoso do mundo. Numa abordagem feminina do ícone fashion de sua protagonista e o histórico e trágico momento do assassinato de JFK, “Jackie” é um tenro filme sobre amor, memória, vaidade e luto.


#17 A Deusa da Vingança (Sam Was Here)

Direção de: Christophe Deroo
O filme mais enigmático do ano fez muita gente quebrar a cabeça procurando uma solução para esse quebra-cabeça mitológico que não está preocupado em dar respostas fáceis. Bebendo da fonte da mitologia grega, “A Deusa da Vingança” é um trabalho instigante e tecnicamente belíssimo, conseguindo capturar a atenção de maneira instantânea e fugindo das obviedades do gênero. Quando vemos que quase todos os envolvidos estão estreando no cinema, a coisa fica ainda mais impressionante. Leia a crítica completa na coluna Cinematofagia.


#16 Manchester À Beira Mar (Manchester By The Sea)

Direção de: Kenneth Lonergan
Vencedor do Oscar de "Melhor Roteiro Original" (e do controverso "Melhor Ator" para Casey Affleck), "Manchester À Beira Mar" retrata dores e lutos que poderiam render lágrimas e desesperos na tela, porém, contrariando o esperado, aqui não temos personagens tentando se reerguer, e sim aprendendo a viver com suas próprias mortes. Navegando num mar de ironia, humor negro e muito cinismo, a obra cria personagens e momentos inesquecíveis sob o tom certeiro para retratar assuntos tão complicados. Leia a crítica completa na coluna Cinematofagia.


#15 Gênios do Mal (Chalard Games Goeng)

Direção de: Nattawut Poonpiriya
Uma garota pobre, mas superdotada, cria um sistema de pescas em testes que a deixa rica – e cada vez mais ambiciosa. Não se engane pelo título de “Gênios do Mal”: temos em mãos uma legítima produção que alia suspense e cinema de roubo como poucas vezes feitas ao elevar a atividade mais chata que existe – a realização de provas – em sequências para não sobrar uma unha nas mãos. Montagem brilhante, atuações certeiras de virgens da profissão e um roteiro com motivações no ponto. Não se empolgar é impossível.


#14 O Cidadão Ilustre (El Ciudadano Ilustre)

Direção de: Gastón Duprat & Mariano Cohn
Apesar de tecnicamente fraco - a fotografia e a montagem são particularmente nada inspiradas, a obra é um tour avassaladoramente hilário e incômodo sobre diversos temas relevantes e explorados de forma brilhante, como fama, tradição, passado e ficção. Carregado por Oscar Martínez (vencedor do prêmio de “Melhor Ator” no Festival de Veneza), o longa cria situações tanto divertidas quanto preocupantes, transformando um ícone internacional em caça.


#13 Grave (idem)

Direção de: Julia Ducournau
Uma garota vegetariana recém-chegada na faculdade é forçada a comer carne no trote do curso, o que desencadeia uma fome por carne humana que, pouco a pouco, vai dominando a menina. Seguindo a tradição do horror francês, "Grave" é uma metafórica viagem que força o espectador a vislumbrar o desabrochar violento de uma garota para os desejos mais primitivos do seu ser, dialogando com a repressão sexual feminina num final para ver de joelho. Bon appétit, baby. Leia a crítica completa na coluna Cinematofagia.


#12 Ilegítimo (Ilegitim)

Direção de: Adrian Sitaru
A Romênia é um dos melhores expoentes contemporâneos do cinema europeu, e “Ilegítimo” é mais uma prova. Disposto a conversar sobre um tabu absoluto, o longa nos torna cúmplices de uma relação incestuosa e como esse amor proibido afeta a vida de todos ao redor. Toda forma de amor não seria válida? Como questiona um personagem, o que eles estão fazendo de errado? “Ilegítimo” é para desorganizar tudo o que temos de concebido de acordo com o tema e nos obrigar a pensar (e assistir) um debate tão espinhoso - e atuado com raro naturalismo.


#11 24 Semanas (24 Wochen)

Direção de: Anne Zohra Berrached
O cinema europeu, mostrando seus lados mais crus, aborda temas tabus de forma bastante consciente, e é isso que o alemão "24 Semanas" realiza. É certo que filmes sobre aborto já existem, todavia, "24 Semanas" consegue trazer o tema de forma mais pungente ao nos colocar dentro da relação de um casal que vê uma gravidez se tornar um problema. Extremamente desconfortável, necessário enquanto discussão, sem maquiagem e puramente feminino, a película traz os prós e contras do aborto e coloca o espectador à beira da cadeira. Se isso não for a maior função do Cinema, não sei o que é.


#10 Glória (Slava)

Direção de: Kristina Grozeva & Petar Valchanov
O representante da Bulgária ao Oscar 2018 é o “Desejos Proibidos” desse século, usando um acessório banal, um relógio, para desencadear toda a trama e bagunçar para sempre a vida de seus personagens, usando histórias reais para unir um filme poderoso sobre corrupção, diferença de classes e dignidade. Qual o preço do seu próprio valor? Teoria do Caso aplicada efetivamente - e é impressionante assistir tudo desmoronar cena após cena.


#9 Eu, Daniel Blake (I, Daniel Blake)

Direção de: Ken Loach
A força do cinema perante o sistema é ferramenta de instauração de reflexão nesse vencedor da Palma de Ouro em Cannes, com Daniel Blake e seu picho sendo porta-voz dos desmandos de Estados que, com suas burocracias, força as pessoas a perdem o respeito próprio. Seco, naturalista e um tapa na cara, "Eu, Daniel Blake" é daqueles filmes que não queremos assistir mais de uma vez pela quantidade de momentos dolorosos: a cena do depósito de comida é destruidora e uma das mais intragáveis do ano.


#8 O Estudante (M-Uchenik)

Direção de: Kirill Serebrennikov
Proprietário do personagem mais odioso do ano – e já figurando na lista de toda a história – Venya (atuação assombrosa de Pyotr Skvortsov) é o porta-voz de uma geração reaça, com Serebrennikov empurrando seu roteiro para o extremo do fundamentalismo, onde a fé pula a cerca e cai na sociopatia, numa Rússia perdida em preconceitos e intolerâncias. Mesmo o país sendo exemplo de ignorância social, assusta como conseguimos enxergar exemplos nos nossos próprios quintais.


#7 Uma Mulher Fantástica (Uma Mujer Fantastica)

Direção de: Sebastián Lelio
Se “Moonlight” foi cinema gay e negro necessário, “Uma Mulher Fantástica” cumpre o papel para o cinema trans contemporâneo. Em performance estrelar de Daniela Veja, a atriz se entrega de carne, osso e coração à uma realidade fictícia que, infelizmente, é reflexo fidedigno da nossa sociedade transfóbica, que continua tratando essas pessoas como seres abaixo da segunda classe. O longa de ficção mais aclamado pela crítica internacional em 2017 e representante do Chile ao Oscar é tão urgente quanto estupendo.


#6 Peles (Pieles)

Direção de: Eduardo Casanova
“Peles” é um estudo brilhante (e bizarro) dos desejos mais profundos do homem, enlatados em 50 tons de rosa. Ao mesmo tempo em que nos chocamos com as imagens na tela, sejam os corpos humanos desfigurados dos deficientes ou as almas desfiguradas dos ditos “normais”, é impossível tirar os olhos do que vemos, tanto pela mensagem poderosa quanto pela realização cinematográfica de primeira linha. Todas as peles humanas só desejam, por fim, se amar e ser amadas, e, às vezes, o ato de se amar é o mais difícil de todos. Leia a crítica completa na coluna Cinematofagia.


#5 A Ghost Story (idem)

Direção de: David Lowery
Presos no ratio quadrado do ecrã, seguimos um fantasma preso pelas memórias, e viajamos numa história absolutamente simples, mas de cativo universal, onde nós mesmos somos o melancólico lençol na sua eterna busca por sentido. “A Ghost Story” é existencialista, niilista e vai estraçalhar todas as suas esperanças de encontrar uma razão para continuarmos nesse planetinha azul – até você lembrar o quanto filmes como esse fazem nossa jornada valer a pena. Lindo de doer - e dói mesmo. Leia a crítica completa na coluna Cinematofagia.


#4 Mãe! (Mother!)

Direção de: Darren Aronofsky
O “entendi nada mas amei” definitivo de 2017 é a queda (para a glória) de Aronofsky no terror, um estilo em que o diretor sempre se mostrou simpatizante ("Cisne Negro" e "Réquiem Para Um Sonho" que o dizem). Usando um molde convencional do gênero para subverter os clichês e orquestrar um longa absolutamente assustador, “Mãe!” sufoca a plateia com suas imagens perturbadoras, sons nauseantes e metáforas poderosíssimas, criando o melhor meme cinematográfico do ano. Não senta na pia! Leia a crítica completa na coluna Cinematofagia.


#3 A Região Selvagem (La Región Salvaje)

Direção de: Amat Escalante
O filme mais estranho de 2017 é um drama sci-fi vindouro do México sobre mulheres que não se sentem sexualmente satisfeitas com os machos da mesma espécie e só conseguem descobrem o prazer nos tentáculos de um alienígena homicida e bissexual – encontrando tempo ainda para denunciar nossos preconceitos, machismos, homofobias e misoginias. Um filme assim não poderia ser menos que obra-prima, certo? Leia a crítica completa na coluna Cinematofagia.


#2 La La Land: Cantando Estações (La La Land)

Direção de: Damien Chazelle
“La La Land” teve o título de “Melhor Filme” na última edição do Oscar por dois minutos, numa das maiores reviravoltas (não intencionais) já vistas na premiação, porém nada é capaz de abalar o melhor musical do século. "Cantando Estações" é uma obra puramente cinematográfica: não só pelas sequências musicais filmadas sem cortes com explosões de cores, mas também por ser um manifesto de amor à arte, demonstrando um choque sincero sobre o amor e nossos sonhos. O que mais vale a pena? A resposta aqui é incrível – mesmo que "La La Land" arranque seu coração e pise em cima. Leia a crítica completa na coluna Cinematofagia.


#1 Moonlight: Sob a Luz do Luar (Moonlight)

Direção de: Barry Jenkins
O primeiro vencedor do Oscar de “Melhor Filme” a ter todo o elenco composto por atores negros e o primeiro com temática LGBT dispensa apresentações à essa altura do campeonato. Obra-prima absoluta, irretocável e de inestimável importância social, “Moonlight” é um marco histórico para a arte ao mostrar as cruezas do ser gay, negro e periférico – e você nem precisa estar dentro de um desses “seres” para sentir a delicadeza devastadora do filme. Mas caso esteja, essa será, também, uma viagem para toda a sua vida. Leia a crítica completa na coluna Cinematofagia.

***

Revendo essa lista, só reafirmamos o quanto Cinema é uma dádiva maravilhosa. Mas qual a sua lista de melhores do ano? Pode dar dicas daquele filme iraniano v-i-d-a que aqui passou batido e até meados de 2018 com a lista de melhores do ano (até agora). Nos vemos no Oscar!

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