Em meio ao tsunami de conservadorismo que vem assolando esse planetinha azul, com Donalds Trump excluindo direitos LGBTs de um lado e juízes federais heterossexuais brasileiros dando sinal verde à chamada "cura gay", há motivos para mantermos a fé em meio a tanto caos: pelo terceiro ano consecutivo, o filme mais aclamado pela crítica mundial é um filme com temática LGBT.
Mas o que isso muda na nossa vida?, você pode está se perguntando. Esse feito, jamais alcançado na história, demonstra duas coisas: cineastas estão cada vez mais preocupados com a representação de histórias LGBTs no cinema, a arte mais abrangente (e lucrativa) que existe; e a crítica tem aceitado esses produtos de forma como nunca antes. Não se engane: um filme não é mero entretenimento de uma hora e meia, que, ao acabar, desaparece na tela. Cinema é fomentador de ideologias, ideias, conceitos e gostos, com o cinema LGBT ajudando a naturalizar socialmente essa camada ainda tão marginalizada.
E com milhares de lançamentos anuais, ter filmes LGBTs no topo das listas, recebendo prêmios e reconhecimento internacional, é algo incrível. Usando o site Metacritic como base, os filmes mais aclamados de 2015, 2016 e 2017 (baseados na data de estreia internacional), respectivamente, foram: "Carol", de Todd Haynes; "Moonlight: Sob a Luz do Luar", de Barry Jenkis; e "Me Chame Pelo Seu Nome", de Luca Guadagnino.
O mais aclamado de 2015, "Carol" é baseado no livro "The Price of Salt" de Patricia Highsmith, e conta a história de Therese (Rooney Mara, "Melhor Atriz" em Cannes), uma atendente numa loja de brinquedos que luta para se conectar com o namorado, encontrando sentido no amor ao conhecer Carol (Cate Blanchett).
Em plena América dos anos 50, o casal deve esconder o romance para que Carol não perca a guarda da filha, já que a homossexualidade era considerada "conduta imoral". O longa, com nota 95 no Metacritic, é um primor delicadíssimo, carregado por atuações estonteantes de Mara e Blanchett e indicado a seis Oscars (infelizmente levando nenhum). Venceu, no entanto, a "Queer Palm", mostra no Festival de Cannes exclusiva para filmes com temática LGBT.
Em 2016 tivemos o avassalador "Moonlight: Sob a Luz do Luar", que traz três fases da vida de Chiron, mostrando sua luta para se encaixar enquanto negro e gay. O filme mais premiado do ano, "Moonlight" quebrou o estigma no Oscar e foi o primeiro longa LGBT a vencer o prêmio de "Melhor Filme" - "O Segredo de Brokeback Mountain" perdeu em 2006, para a revolta geral, e "Carol" nem ao menos foi indicado na categoria.
Poderoso, reflexivo e socialmente urgente, a obra é um marco histórico no cinema e merece todos os louvores possíveis, tanto que recebeu nota 99 no Metacritic. Você pode ler nossa crítica completa na coluna Cinematofagia.
E no corrente ano, o topo, com nota 98, é da co-produção Itália/Estados Unidos/França/Brasil (sim!) "Me Chame Pelo Seu Nome". Com estreia em solo brasileiro marcada apenas para janeiro, o filme se passa na Itália durante os anos 80, e contará a história de Elio (a revelação Timothée Chalamet) e Oliver (Armie Hammer). Esse, bem mais velho, levará Elio à uma viagem recheada de música, comida e romance.
Chamado de "triunfal", "emocionante" e "arrasador" pela crítica que já conferiu o longa no Festival de Sundance, a obra é fortíssimo nome ao Oscar 2018, e, aproveitando as portas abertas pela vitória de "Moonlight", pode levar pra casa algumas estatuetas.
Em plena América dos anos 50, o casal deve esconder o romance para que Carol não perca a guarda da filha, já que a homossexualidade era considerada "conduta imoral". O longa, com nota 95 no Metacritic, é um primor delicadíssimo, carregado por atuações estonteantes de Mara e Blanchett e indicado a seis Oscars (infelizmente levando nenhum). Venceu, no entanto, a "Queer Palm", mostra no Festival de Cannes exclusiva para filmes com temática LGBT.
Em 2016 tivemos o avassalador "Moonlight: Sob a Luz do Luar", que traz três fases da vida de Chiron, mostrando sua luta para se encaixar enquanto negro e gay. O filme mais premiado do ano, "Moonlight" quebrou o estigma no Oscar e foi o primeiro longa LGBT a vencer o prêmio de "Melhor Filme" - "O Segredo de Brokeback Mountain" perdeu em 2006, para a revolta geral, e "Carol" nem ao menos foi indicado na categoria.
Poderoso, reflexivo e socialmente urgente, a obra é um marco histórico no cinema e merece todos os louvores possíveis, tanto que recebeu nota 99 no Metacritic. Você pode ler nossa crítica completa na coluna Cinematofagia.
E no corrente ano, o topo, com nota 98, é da co-produção Itália/Estados Unidos/França/Brasil (sim!) "Me Chame Pelo Seu Nome". Com estreia em solo brasileiro marcada apenas para janeiro, o filme se passa na Itália durante os anos 80, e contará a história de Elio (a revelação Timothée Chalamet) e Oliver (Armie Hammer). Esse, bem mais velho, levará Elio à uma viagem recheada de música, comida e romance.
Chamado de "triunfal", "emocionante" e "arrasador" pela crítica que já conferiu o longa no Festival de Sundance, a obra é fortíssimo nome ao Oscar 2018, e, aproveitando as portas abertas pela vitória de "Moonlight", pode levar pra casa algumas estatuetas.
Você, LGBT, nem tem a obrigação de gostar de qualquer um desses filmes, mas devemos pelo menos conferir e saber apreciar esse momento histórico, com três anos tendo filmes que dialogam de alguma forma com nossas realidades no topo das listas mundo afora, mostrando nossas pluralidades, lutas e as diversidades dentro do nosso próprio meio. Em 2018 já queremos um filme trans em #1, hein?
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Essa matéria integra a campanha #AmarNãoÉDoença, que visa celebrar a diversidade sexual e de gênero. Somos apoiados pelos veículos abaixo assinado.
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- André Vendrami (Fica Quietinho)
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- Júlio Azevêdo (Moletom)
- O Vira Festival (Página)
- Allie X Brasil (Página)