Como só se fala nisso por toda a
internet, é provável que você já chegue aqui sabendo da notícia: o ator de 40
anos, Paul Walker, famoso por seu papel na franquia “Velozes e Furiosos”,
faleceu após um acidente de carro em Los Angeles. O rapaz, que estava por lá
pra participar de um evento beneficente, estava acompanhado quando perdeu o
controle do seu Porsche e bateu numa árvore — os dois faleceram. De fato, é uma
notícia triste. Ele era jovem e, meu Deus, quanta ironia cabe numa frase onde
temos um ator de “Velozes e Furiosos” morrendo num acidente de carro? Mas a
parte mais estranha de tudo isso acontece no momento em que as redes-sociais
resolvem lamentar o ocorrido.
Pra ficar triste com uma morte
dessas precisa ser fã do cara? Conhecer toda sua filmografia? Saber o nome
completo? Não, não mesmo. Mas existe uma grande diferença entre tomar aquele
choque por conta do ocorrido e a forma repentina com ele aconteceu e bancar
aquele amigo de infância de Paul, que neste momento realmente deve estar bem
triste com todo o acidente. Falar sobre isso, escrever um texto bonitinho em
torno do assunto, publicar uma foto com o tradicional “Descanse em Paz”, é extremamente
aceitável, neste momento devem ter milhares de pessoas fazendo justamente isso,
mas chega a ser ridículo ver outros jurando que estão de luto ou chorando desde
cedo, quando até algumas horas atrás nem fazia ideia da existência do cara. Não estamos tentando ditar nenhum manual de como se comportar virtualmente, mas é pura hipocrisia em troca de “curtidas” e “retuítes”, o que só não digo ser tão
triste quanto a morte em si em respeito à família, amigos e fãs do ator.
Que a verdade seja dita, isso
nunca foi uma novidade na internet. Quem nunca teve um amigo que só passou a
ouvir Michael Jackson e Amy Winehouse depois de falecerem? E pior ainda, quem
nunca teve aquele amigo que, em tempo que lamentava a morte de uma dessas
estrelas, numa outra aba ou janela estava rindo sobre outro assunto totalmente
aleatório? É como a internet funciona e essas coisas ainda me assustam um
pouco. Não vou mentir, não estou triste com a morte do Paul Walker, mas
respeito quem realmente se sente assim. Nunca assisti nenhum “Velozes e
Furiosos” completo e até ontem nem ao menos sabia que aquele cara que
contracenava com o Vin Diesel se chamava Paul, mas pelo o que li até agora, ele
era bom no que se propunha a fazer e, repito, bem jovem pra falecer desta
forma. Agora deixem de ser chatos e deixem-no fazer o que tanto pedem naquela
foto em P&B que acabaram de compartilhar na sua timeline: descansar em paz.