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"Quando As Luzes Se Apagam" é banhado em sustos gratuitos, mas traz um roteiro competente


Em 2013 estávamos inflados com o famigerado found-footage no terror, sub-gênero que utiliza "imagens encontradas" para a criação de um longa-metragem, baseados em fatos (ir)reais, e gritávamos desesperadamente por algo novo. "Invocação Do Mal", lançado naquele, não foi suficiente. Até que surge na internet um curta genialmente simples.

Os tímidos dois minutos de “Lights Out” conseguem criar uma tensão pouco vista no terror. Uma entidade persegue uma mulher no escuro, sumindo quando as luzes são acessas e retornando quando apagadas. Acompanhamos todo o desespero envolta da personagem em querer manter as luzes acessas, infelizmente, sem muito sucesso.



O curta foi tão estrondoso que garantiu sua versão em longa-metragem, "Quando As Luzes Se Apagam", com produção do mozão James Wan e distribuição da Warner Bros, mantendo em partes a mitologia já apresentada, mudando detalhes minúsculos (e necessários) para estabelecer a entidade, dando uma excelente justificativa, diga-se de passagem, para suas aparições, ganhando até mesmo uma boa origem. A reviravolta do ato final não é surpreendente, mas não deixa de ser interessante para a trama como um todo. Ponto para o roteiro de Eric Heisserer.

Algo bem legal de ressaltar, é que “Quando Luzes Se Apagam” foge do ordinário e traz personagens absurdamente espertos e inteligentes. Eles não levam quase todos os três atos para entender como a entidade se manifesta. É tudo bem rápido — corrido até — para os protagonistas assimilarem tudo que está acontecendo e buscarem uma maneira de se defender. Parece bobo relevar esse ponto, mas se pegarmos no leque atual, isto tem se tornado uma tendência no gênero. Então podemos dizer que o longa-metragem de David F. Sandberg só contribui para o fim dos “personagens burros”.

Por falar no diretor, ao mesmo tempo em que não conseguimos enxergar sua assinatura, vemos que ele não deixou James Wan tomar conta do filme todo. É uma direção bem competente, com uma produção tímida se formos relevar quem cuida dela. O único toque perceptível de Wan aqui é no visual do ser monstruoso, bem similar ao de “Invocação do Mal”, mas nada que incomode quem assiste.

O jump scare é presença garantida, infelizmente. Vai desde aquele estrondo aleatório da trilha sonora ao corte mais aleatório ainda. A tentativa de criar uma tensão é quase grotesca, com pouco sucesso. O atrativo do curta-metragem acaba se tornando uma piada quando levado ao longa.

O filme não salvou o terror, mas é aquele algo novo que tanto pedíamos. Os sustos são irrelevantes como falamos agora pouco, porém o roteiro é um dos poucos bem trabalhados no gênero (no meio dos blockbusters) nos últimos anos — ele te prende. Talvez se James Wan tivesse dado maiores pitacos na produção, o resultado seria outro e o longa poderia ter se tornado o assunto do momento como seu curta.

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