Já começo esta crítica alertando que os spoilers irão correr solto por aqui porque, honestamente, é difícil escrever de forma generalizada tudo aquilo que "Vingadores: Ultimato" conseguiu transmitir em suas três horas de duração. De qualquer forma, já adianto: o título desta crítica não é mero exagero de quem vos escreve e você sairá daqui concordando comigo. Ou não.
A "Saga Infinita" começou há mais de 10 anos, em 2008, quando Robert Downey Jr. estrelou "Homem de Ferro". A produção deu o ponta-pé inicial daquela que seria uma das maiores franquias de sucesso no cinema, com US$ 20 bilhões arrecadados até agora. Entretanto, na época, não tínhamos a dimensão de que anos mais tarde estaríamos vendo quadrinhos na sua maior e melhor forma dentro das telonas. "Ultimato" é isto.
O primeiro ponto necessário a ser destacado é sua ousadia. O filme é facilmente o mais corajoso feito pelo estúdio da quadrinista. Começando já no primeiro ato, onde Thanos (Josh Brolin) é morto em menos de 15 minutos de play. A sensação da morte do titã se assemelha a morte de Loki em "Guerra Infinita" e arrisco dizer que tem a mesma função: impactar e preparar o espectador para o que ainda está por vir.
Com a morte do vilão e a insatisfação ao não ter o problema resolvido de verdade, os Vingadores, cinco anos depois, partem para uma jornada no tempo, revisitando momentos-chave da linha do tempo construída até aqui. A viagem é um verdadeiro prato cheio de fanservice. Dos bastidores ao "american ass", o filme brinca e celebra tudo que foi feito até "Ultimato" da forma mais gratuita possível, mas que não chega a se tornar um problema até porque a produção foi feita para isso: celebrar.
Se "Guerra Infinita" é um grande respiro em meio à saturação do gênero, o filme dos Irmão Russo é o resultado de longos 10 anos de planejamento. Tudo se encaixa de certa forma, até mesmo tramas de produções duvidosas do estúdio, como "Vingadores: Era de Ultron". O filme, aliás, é fundamental para entender alguns plots deste, principalmente a visão de Tony Stark que, sim, se concretiza de certa maneira, ainda que tudo termine relativamente bem.
"Ultimato" também é um filme sobre despedidas. Três dos seis Vingadores originais se despedem da franquia de forma que é impossível não se emocionar. O encerramento dos arcos é algo de se louvar, visto que traz a sensação de realmente colocar um ponto final nesta grandiosa história. Aliás, não há qualquer grande pista do que está para vir no futuro, tanto que o filme quebra a tradição das cenas pós-créditos.
O arco mais brilhante a ganhar seu fim neste filme é do personagem de Chris Evans. O Capitão América nunca pôde viver o grande amor de sua vida, Peggy Carter (Hayley Atwell), e a ideia de ficar "devendo uma dança" sempre o assombrou, tanto que o personagem tem uma visão sobre em "Era de Ultron". Com a oportunidade de revisitar Peggy logo ao fim do filme, Steve decide ficar e passa o resto de sua vida com ela e a produção mostra isso em uma cena bastante "merecedora" para o personagem.
Já a Viúva-Negra tem, de forma bem surpreendente, seu arco encerrado, mesmo com um filme solo engatado. Ela morre. A personagem de Scarlett Johansson martela na tecla de que precisa reverter a situação por estar em "devendo" aos Vingadores, visto que eles se tornaram sua família. "Custe o que custar". Uma pena que seu fim perde um pouco de espaço por conta de outra morte.
Por fim, Tony Stark. Sua morte só não fora tão surpreendente quanto da Viúva porque era esperada devido a vários rumores. De qualquer forma, é de bater palmas como o personagem evoluiu. Ele sempre foi o arrogante e egocêntrico, tendo sempre problemas com isso. No fim, é ele quem salva o universo ao usar uma manopla própria e estalar os dedos, resolvendo tudo, dando espaço para repetir a icônica frase "eu sou o Homem de Ferro".
Outro ponto interessante que deve ser ressaltado em "Ultimato" é a representatividade que o longa-metragem traz, deixando claro que será o foco das próximas fases. Ainda que sejam cenas breves, é tudo muito "grandioso" porque durante estes dez anos, por exemplo, demoramos um bom tempo para as mulheres ocuparem um espaço significativo e totalmente importante para a trama. A mesma coisa com os personagens negros. Saber que daqui algum tempinho o Capitão América será protagonizado por um ator negro, Anthony Mackie, é incrível. De verdade.
Claro que tudo o que foi dito aqui não seria possível se não tivesse aliado a sequências de ação e efeitos visuais pra lá de competentes. Essa união resulta em cenas incrivelmente memoráveis, como o Capitão finalmente segurando o martelo do Thor e dando uma bela e tão esperada surra no personagem de Josh Brolin.
"Vingadores: Ultimato" é uma grande e merecida celebração de quase 11 anos de história que entrega tudo o que os fãs tanto clamavam para a conclusão desta saga épica. O longa-metragem dos Irmãos Russo definitivamente é o maior filme de super-heróis de todos os tempos e com toda a certeza irá marcar a história de cinema. Parabéns e obrigado, Marvel.
A "Saga Infinita" começou há mais de 10 anos, em 2008, quando Robert Downey Jr. estrelou "Homem de Ferro". A produção deu o ponta-pé inicial daquela que seria uma das maiores franquias de sucesso no cinema, com US$ 20 bilhões arrecadados até agora. Entretanto, na época, não tínhamos a dimensão de que anos mais tarde estaríamos vendo quadrinhos na sua maior e melhor forma dentro das telonas. "Ultimato" é isto.
O primeiro ponto necessário a ser destacado é sua ousadia. O filme é facilmente o mais corajoso feito pelo estúdio da quadrinista. Começando já no primeiro ato, onde Thanos (Josh Brolin) é morto em menos de 15 minutos de play. A sensação da morte do titã se assemelha a morte de Loki em "Guerra Infinita" e arrisco dizer que tem a mesma função: impactar e preparar o espectador para o que ainda está por vir.
Se "Guerra Infinita" é um grande respiro em meio à saturação do gênero, o filme dos Irmão Russo é o resultado de longos 10 anos de planejamento. Tudo se encaixa de certa forma, até mesmo tramas de produções duvidosas do estúdio, como "Vingadores: Era de Ultron". O filme, aliás, é fundamental para entender alguns plots deste, principalmente a visão de Tony Stark que, sim, se concretiza de certa maneira, ainda que tudo termine relativamente bem.
"Ultimato" também é um filme sobre despedidas. Três dos seis Vingadores originais se despedem da franquia de forma que é impossível não se emocionar. O encerramento dos arcos é algo de se louvar, visto que traz a sensação de realmente colocar um ponto final nesta grandiosa história. Aliás, não há qualquer grande pista do que está para vir no futuro, tanto que o filme quebra a tradição das cenas pós-créditos.
O arco mais brilhante a ganhar seu fim neste filme é do personagem de Chris Evans. O Capitão América nunca pôde viver o grande amor de sua vida, Peggy Carter (Hayley Atwell), e a ideia de ficar "devendo uma dança" sempre o assombrou, tanto que o personagem tem uma visão sobre em "Era de Ultron". Com a oportunidade de revisitar Peggy logo ao fim do filme, Steve decide ficar e passa o resto de sua vida com ela e a produção mostra isso em uma cena bastante "merecedora" para o personagem.
Já a Viúva-Negra tem, de forma bem surpreendente, seu arco encerrado, mesmo com um filme solo engatado. Ela morre. A personagem de Scarlett Johansson martela na tecla de que precisa reverter a situação por estar em "devendo" aos Vingadores, visto que eles se tornaram sua família. "Custe o que custar". Uma pena que seu fim perde um pouco de espaço por conta de outra morte.
Outro ponto interessante que deve ser ressaltado em "Ultimato" é a representatividade que o longa-metragem traz, deixando claro que será o foco das próximas fases. Ainda que sejam cenas breves, é tudo muito "grandioso" porque durante estes dez anos, por exemplo, demoramos um bom tempo para as mulheres ocuparem um espaço significativo e totalmente importante para a trama. A mesma coisa com os personagens negros. Saber que daqui algum tempinho o Capitão América será protagonizado por um ator negro, Anthony Mackie, é incrível. De verdade.
Claro que tudo o que foi dito aqui não seria possível se não tivesse aliado a sequências de ação e efeitos visuais pra lá de competentes. Essa união resulta em cenas incrivelmente memoráveis, como o Capitão finalmente segurando o martelo do Thor e dando uma bela e tão esperada surra no personagem de Josh Brolin.
O longa-metragem dos Irmãos Russo definitivamente é o maior filme de super-heróis de todos os tempos com toda a certeza irá marcar a história de cinema.
"Vingadores: Ultimato" é uma grande e merecida celebração de quase 11 anos de história que entrega tudo o que os fãs tanto clamavam para a conclusão desta saga épica. O longa-metragem dos Irmãos Russo definitivamente é o maior filme de super-heróis de todos os tempos e com toda a certeza irá marcar a história de cinema. Parabéns e obrigado, Marvel.