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Hayley Kiyoko e Kehlani formam um casalzão da porra no clipe de “What I Need”

Hayley Kiyoko lançou em abril o hinário "Expectations", onde ela conta suas experiências como uma jovem mulher lésbica navegando por um mundo de descobertas e, bom, expectativas. E entre as músicas do disco, uma das melhores com certeza é o parceria com a Kehlani em "What I Need", que ganhou seu clipe nesta quinta (31). 


Na produção, dirigida pela própria Hayley, Kehlani vive uma vida bem infeliz com a sua tia e decide sair de casa em busca de algo melhor. Por isso, ela e Hayley pegam a estrada, e entre muita bebedeira e algumas situações beeeeeem complicadas, as duas se descobrem apaixonadas e o que são o que faltava na vida uma da outra.

Uma história de amor dessas, bicho! 



Tá vendo, Halsey e Lauren Jauregui? É isso que vocês poderiam ter feito com "Strangers", mas nãooooo, preferiram ignorar o hino. 🤷‍♀️

Além de "What I Need", o "Expectations" já teve como singles as faixas "Sleepover", "Feelings" e "Curious". Ainda não ouviu o disco? Dá o play:

O disco de estreia da Hayley Kiyoko e a importância dessa geração de novos artistas LGBTQs

As causas LGBTQs tem ganhado cada vez mais espaço na indústria, porém, em sua maioria das vezes, através das vozes de estrelas que se identificam como heterossexuais ou até fazem músicas insinuando o flerte com o mesmo gênero, mas sem levantarem nenhuma bandeira. Falas importantes, sim, mas que trazem a tona uma representatividade falha.

Nos últimos anos, as coisas começaram a mudar. Miley Cyrus declarou sua panssexualidade, Sam Smith cantou as tristezas de seus amores, que são como todos os outros, e Troye Sivan fez um lindo disco sobre ser um jovem gay e se aceitar (e já prepara outro, mais alegre e pra cima), isso só pra citarmos alguns exemplos. Em 2017, Halsey e Lauren Jauregui representaram em “Strangers” e Kehlani falou abertamente sobre como gosta de suas garotas. Pra somar a todo esse grupo que, ainda bem, só cresce, Hayley Kiyoko, uma das promessas do pop para esse ano, finalmente lançou seu disco de estreia nesta sexta-feira (30). 

Recheado com muito synthpop, aos moldes do “Lady Wood” de Tove Lo, o álbum conta as histórias de uma mulher lésbica que se relaciona secretamente com uma outra que ainda não se abriu sobre sua orientação sexual e tenta mostrar para ela que o homem com quem se relaciona não é a pessoa certa.



Todo mundo pode se identificar com as histórias de Hayley, que são, primariamente sobre amar e ser amada. Indo fundo, entretanto, temos ainda mais: é uma representatividade escancarada que se faz extremamente necessária. Ela não tem medo de falar sobre seus relacionamentos como são, naturalizando todos esses sentimentos e mostrando que, na verdade, tudo é amor e descobrimento, e é isso que faz o disco ser não só um ótimo álbum pop, mas também um importante avanço. Hayley não é só uma promissora artista pop, ela é uma promissora voz. 

Em recente entrevista, a cantora contou que foi questionada por executivos sobre colocar e fazer vídeos sobre garotas.

“Vários executivos da indústria me disseram 'você vai fazer outro videoclipe sobre garotas?'. Eu literalmente olhei pra eles e disse 'bem, sim, Taylor Swift fala sobre homens em toda música e clipe e ninguém reclama que ela não está sendo original”.


Não é preciso de muito para entender que Hayley não fez uma crítica a colega, mas sim reivindicou seu espaço para fazer sua arte do jeito que queria, representando suas histórias da forma que bem entende. Afinal, como cantora heterossexual, Taylor Swift nunca precisou escutar que estava fazendo muitas músicas e clipes sobre caras. É isso que a própria Taylor disse em sua resposta: "Nós deveríamos aplaudir artistas que são corajosos o suficiente para contar honestamente a sua narrativa romântica através de sua arte e é fato que eu nunca me deparei com a homofobia como ela. É direito dela falar sobre todos que tratam de forma diferente o interesse amoroso gay e heterossexual".

Muito se discute sobre o que é a música do futuro. Ainda que a música viva sua fase conservadora, com homens dominando as paradas, acreditamos que esse futuro se vê representado por quem pode trazer não só boa música, mas, também, uma boa narrativa, falar com coragem sobre o que sente e quem é e, dessa forma, trazer representatividade para esse meio.

São mulheres como Kesha e Lady Gaga usando sua voz para denunciar o machismo diário e os abusos da indústria, Kendrick Lamar e Frank Ocean escancarando o racismo, Beyoncé e SZA indo além e desabafando sobre a realidade de uma mulher negra, Camila Cabello falando por uma massa que está sempre prestes a ser jogada para o outro lado do muro de Trump e, agora, Hayley, Troye e tantos outros contando a realidade do que é ser jovens LGBTQs.



A música do futuro é composta por vozes que vão se levantar para falar sobre sua realidade, contar suas histórias e finalmente falar por aqueles que até então não conseguiam ser ouvidos e não se sentiam vistos. Vozes que não só vão nos fazer dançar, mas ajudar a transformar a sociedade. Hayley é mais uma dessas vozes. E por cada uma delas, seremos gratos.

10 artistas incríveis que merecem a sua atenção

Ser mulher, por si só, já é um desafio e tanto. A gente lida com machismo de todas as formas, independente de onde estamos, o que estamos vestindo ou o que estamos fazendo. Se ser mulher e viver o dia a dia já é simplesmente resistir, ser uma nova artista na indústria musical que busca falar o que pensa e respeitar sua própria identidade, então, nem se fala.

Elas vem transformando, pouco a pouco, um meio marcado pelo sexismo de homens poderosos ao falar sobre absolutamente tudo: amor, sexo, amigos, curtição, vida. Elas simplesmente são e, assim, simplesmente resistem.

Nesse Dia Internacional da Mulher, reunimos 10 novas artistas incríveis, mas que, sabe-se lá porque, ainda não recebem o reconhecimento devido do público. Diferentes em estilos, todas elas tem uma coisa em comum: a personalidade forte, que transparece em todas suas músicas. 

Confira e curta muito nossa lista, que está em ordem alfabética:

Gabrielle Aplin

A gente nunca pensou que seria possível dançar ao som de Gabrielle Aplin, mas não é que agora realmente podemos? Seu novo EP, "Avalon", é muito mais divertido e não se leva tanto a sério, diferente de tudo o que ela já fez. O resultado? O melhor trabalho de sua carreira, pelo menos até aqui. Quando perguntada sobre o porquê dessa mudança, ela foi direta "eu não tentei mudar, eu só parei de tentar não mudar".


Hayley Kiyoko

Quem escuta o pop cheio de atitude que a Hayley faz nem imagina que ela é uma ex-Disney. Ela estrelou, ao lado de Bridgit Mendler, o filme (insjutiçado) "Lemonade Mouth". Lésbica assumida, ela usa suas músicas pra passar uma mensagem básica: todo mundo ama, todo mundo sente prazer e todo mundo tem o coração partido, e isso não é diferente com ela.


Justine Skye

Você quer uma prova da influência da Rihanna e do seu recente “ANTI” na carreira de jovem artistas? É só escutar o “ULTRAVIOLET”, da Justine Skye. Às vezes hip-hop, às vezes R&B, o primeiro disco de Justine é uma autoafirmação em forma de música. Com letras sobre sexualidade, usar e ser usada, em uma narrativa que nos lembra bastante as da SZA, ela mostra ser do tipo que faz o que quer, sem medo.


Karol G

A revolução é latina, mas não só formada por homens como Luis Fonsi e J Balvin. As mulheres do reggaeton também estão cumprindo um papel importantíssimo nessa dominação, e um dos destaques é a Karol G. O urban latino dela é viciante, e a sexy, debochada e obscura "Ahora Me Llama", com mais de 570 milhões de visualizações no YouTube, prova isso. Pra 2018, com a novíssima "Pineapple", ela promete muito mais.



Kelela

A voz suave de Kelela combinada a seu som urban pesado é capaz de te transportar por todas as narrativas contadas por ela em suas letras. É exatamente por isso que seu disco de estreia, "Take Me Apart", lançado no ano passado, foi extremamente aclamado pela crítica: não dá pra escutar o álbum sem se sentir parte daquilo que você está ouvindo.



Mabel

Filha de um dos maiores nomes do R&B, Neneh Cherry, Mabel sempre teve em casa um grande exemplo de mulher e artista. Toda essa influência fica visível em suas músicas, que passeiam pelo rhthym & blues dos anos 90 e vão até os dias atuais, em uma mistura com pop que nos envolve e não deixa ninguém ficar parado.


Maren Morris

Quando Taylor Swift resolveu investir no pop, confessamos que ela deixou um buraco em nossos corações. Quais músicas country-pop-sofrência ouviríamos agora? A resposta está na Maren Morris. Mas nem só de hits do country, como “My Church” e “I Could Use A Love Song”, ela vive, não! Recentemente, ela também flertou com o pop em “Seeing Blind”, do primeiro álbum do Niall Horan, e até com a eletrônica em “The Middle”, do Zedd. Tem Maren pra toooodos os gostos!


Rae Morris 

A britânica Rae faz um som pop-eletrônico viciante, num estilo que nos lembra a Robyn, tudo isso combinado a letras de fácil identificação. Se ser mulher é simplesmente ser, a Rae representa muito bem isso quando divide com a gente seus pensamentos mais profundos e se coloca completamente vulnerável em sua música, principalmente em seu novo disco, "Someone Out There". 



RAYE

Sabe aquela amiga que não perde uma baladinha, inventa tudo quanto é desculpa pra não passar o fim de semana em casa e ainda junta as amigas todas no rolê? A RAYE é dessas. A pupila de Charli XCX é do tipo curte a vida com toda a intensidade, e quem quiser, que venha com ela.


Tove Styrke

O disco de estreia da Tove, “Kiddo”, nos surpreendeu bastante, lá em 2015. E se a primeira impressão já foi incrível, imagina como nós não vamos ficar ao ouvir seu próximo álbum? Isso porque o trabalho já conta com os ótimos singles "Say My Name" e "Mistakes", além da maravilhosa "Changed My Mind", suprassumos do synthpop escandinavo.

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