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Crítica: “O Grito - Origens” usa do gore e desconforto para recontar história clássica de terror

Atenção: o texto a seguir possui spoilers da série e do universo de "Ju-On". Leia por sua conta risco.

A franquia "Ju-On", criada por Takashi Shimizu, é uma das maiores exportações do horror japonês para o mundo. Com 13 filmes, entre altos e baixos, a história de Kayako foi contada diversas vezes, inclusive em quatro longa-metragens norte-americanos, mas retorna ao Japão como "O Grito - Origens" sob um novo olhar que visa, desta vez, contar do zero a maldição que deu origem a uma das entidades mais famosas do terror.


Dirigida por Sho Miyake, a série, entretanto, não é sobre Kayako e a violência doméstica sofrida pelo marido. No universo deste show, os filmes foram inspirados por uma série de acontecimentos "reais" ao longo de nove anos que estão ligados por uma casa onde uma mulher grávida morreu em 1952. Inclusive, "Origens" termina um ano antes do lançamento dos curtas de Shimizu em 1998, "Katasumi" e "4444444444".

Graças a essa liberdade criada, foi possível trazer uma história totalmente nova acerca da maldição. Não há menção há qualquer personagem mostrado nos filmes. Apesar da liberdade, isso não impediu com que certos elementos já conhecidos fossem mantidos justamente para deixar claro que foram eventos "reais" que inspiraram a franquia de filmes. Destaco, por exemplo, as mortes de certas personagens que claramente fazem referência a morte de Kayako, seu marido e Toshio.

Em certos momentos, a série parece ser uma grande celebração da própria franquia, tanto que a atmosfera e tensão criadas remetem muito aos longas originais. Outro ponto que lembra bastante os primeiros é justamente o mistério. É tudo muito propositalmente confuso.

Apesar destes pontos positivos, "Origens" erra justamente naquilo que trouxe um dos trunfos na maioria dos episódios: o desconforto. A série não traz muito sustos, mas deixa o espectador tenso e desconfortável a partir de cenas totalmente gráficas. Em um destes momentos, todavia, há uma cena de estupro que sequer é desenvolvida de forma decente para que seja justificada na trama.

A sequência se torna ainda mais problemática quando a vítima Kiyomi (Ririka) toma uma atitude muito bizarra se levarmos em consideração o que acabou de acontecer com ela. Há a possibilidade dela estar possuída por alguma entidade da casa, mas a série não se presta a momento algum a deixar isso claro de forma que tal interpretação seja feita.


O estupro gratuito poderia passar despercebido caso a grande maioria das personagens femininas não fossem tratadas como histéricas ou problemáticas de outras formas. É estranho ver tais personagens serem retratadas desta forma pois não as apresenta como realmente vítimas, diferente de Kayako, morta pelo marido somente por gostar de outra pessoa. Parece que os roteiristas Hiroshi Takahashi e Takashige Ichise decidiram mostrar que o problema é apenas das mulheres. É estranho.

Enfim, "O Grito - Origens" é uma bela homenagem a franquia, mas deixa perguntas sem respostas - e talvez isso seja seu grande charme. Porém enquanto série a falta de respostas seja uma decisão criativa tomada unicamente para deixar ganchos para uma possível segunda temporada. Só o tempo dirá.

Assista ao trailer assustador de “Ju-On: Origins”, série da Netflix baseada em “O Grito”

Uma das melhores franquias de terror, "Ju-On" invadiu o ocidente com a versão norte-americana "O Grito", protagonizado por Sarah Michelle Gellar, em 2004. O sucesso da nova versão não impediu que a original seguisse firme e forte no Japão e, após alguns filmes, ganhará sua primeira série. Seu trailer, que está bem assustador, foi divulgado na terça-feira (12).



Ainda não há qualquer informação sobre como a série irá se encaixar no universo de "Ju-On", mas deve recontar a história clássica dos abusos vividos por Kayako antes de sua morte por meio de pessoas que entram em sua amaldiçoada casa.

A gente só espera que a produção seja decente, diferente do quarto filme norte-americano lançado em fevereiro deste ano. Na tentativa de ser um reboot, o filme não chega aos pés dos primeiros, mas traz ligações inimagináveis com os originais que surpreendem. Uma pena que a própria Kayako pouco importa para este, visto que aparece apenas nos segundos iniciais da produção.

Na Ásia, a série "Ju-On: Origins" chega a Netflix no dia 3 de julho, mas deve chegar globalmente na mesma data.

Netflix irá produzir uma série baseada na versão original de "O Grito"

O próximo ano tem tudo para ser O ano para a franquia "Ju-On" visto que, além do reboot que será lançado em agosto de 2020 pela Sony, teremos uma série baseada na obra original com produção da Netflix, de acordo com o ComicBook.

O anúncio da nova produção do serviço de streaming teria sido feito em um evento fechado no Japão, confirmando também a participação do diretor Shô Miyake para comandar a produção. Detalhes sobre sua trama, se será um remake de alguma forma ou se irá seguir pós-eventos da própria franquia ainda não foram revelados.

"Ju-On" é um verdadeiro marco do terror japonês. A franquia está viva no mercado nipônico até hoje, mesmo com algumas sequência duvidosas e um crossover com "Ringu", a versão original de "O Chamado", que deu muito errado. Kayako, entretanto, ficou famosa mesmo quando foi para o ocidente em 2004, no remake norte-americano que contou com o diretor original no comando.

O reboot da versão norte-americana chega em agosto de 2020, com direção de Nicolas Pesce, que estreou com o horror "The Eyes of My Mother". No elenco, John Cho, Demián Bichir e Andrea Riseborough estrelam o filme. Sam Raimi volta a produzir a franquia.

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