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Kanye West quer que Scooter Braun devolva músicas antigas de Taylor Swift
Kanye West tá decidido a mudar os rumos da indústria pelos próximos anos e, através do seu Twitter, tem publicado inúmeras reflexões sobre o que considera uma forma de escravidão dos dias atuais, se referindo aos contratos de grandes gravadoras e a maneira como elas negociam a propriedade musical de seus artistas.
A principal indignação de Kanye é em relação aos direitos das “masters” de suas canções, que contratualmente pertencem as gravadoras com quem assinou contrato e, consequentemente, não permite que ele faça qualquer coisa com suas próprias músicas sem que tenha permissão, além dessas serem fontes de lucros intermináveis, visto que gerarão renda enquanto forem tocadas, seja nas plataformas de streaming, através da venda de CDs, programas de TV ou shows.
Pela rede social, Kanye revelou todos seus contratos com a Universal Music, que detém os direitos das suas masters, e criticou o selo por não revelar o quanto valem suas propriedades, afirmando que o valor está mantido em sigilo pela gravadora temer que ele tenha dinheiro o suficiente pra comprá-las de volta.
Além disso, o rapper, que no ano passado lançou o álbum gospel “Jesus is King”, propôs ainda que outros artistas se unissem ao seu manifesto e, sim, incluiu Taylor Swift, que levantou uma discussão muito semelhante há alguns meses, quando travou uma batalha em busca dos direitos pelas masters de seus primeiros álbuns, atualmente pertencentes ao empresário —e, hoje, seu inimigo declarado — Scooter Braun.
Mas Kanye foi além e, pelo Twitter, prometeu que resolverá o problema da cantora e conversará diretamente com Scooter, quem considera um amigo próximo e de longa data da sua família. Já pensou?
I’M GOING TO PERSONALLY SEE TO IT THAT TAYLOR SWIFT GETS HER MASTERS BACK. SCOOTER IS A CLOSE FAMILY FRIEND
— ye (@kanyewest) September 18, 2020
Além de Taylor Swift, outros artistas citados por Kanye West foram Bono Vox, Paul McCartney, Jay-Z, Kendrick Lamar e Drake. No caso do último, Kanye ainda brincou afirmando que lutaria pelo contrato de todos, menos do canadense, voltando atrás na mesma publicação e explicando a piada, “te amo, Drake, todos os artistas devem ser livres.”
Album Review: “ye” e um Kanye West que é grandioso mesmo quando tenta não ser
Apesar de similaridades sonoras que o aproxima de momentos de toda a sua carreira, “ye” caminha muito distante das intenções de Kanye em todos seus outros trabalhos; sem a megalomania das produções que o antecederam, nem a pressa em se tornar grandioso, o disco cresce pela sobriedade de um trabalho que nos é entregue quase cru. E traço, aqui, um paralelo necessário sobre seu nome, que inevitavelmente nos remete ao álbum “Yeezus”, mas agora sem a associação com Jesus, sem o rapper que se diz Deus, apenas o homem sobre ele mesmo, despejando seus delírios, reflexões e vulnerabilidades entre versos que misturam tudo isso como se fossem uma coisa só.
Indubitável ponto alto do disco, “Ghost Town” é uma faixa sobre redenção, na qual Kanye, Kid Cudi, PARTYNEXTDOOR e a cantora 070 Shake discorrem sobre serem amados e livres, quase que sob um efeito anestésico após os altos e baixos — e medicamentos — que marcaram não só esse disco, como toda essa fase da vida do rapper, que garante estar num lugar melhor agora. “Coloco minha mão no fogo, pra ver se ainda sangro, e nada mais me machuca. Sinto como se estivesse livre.”
***
Ao longo de sete faixas que somam menos de trinta minutos, “ye” é um dos projetos menos ambiciosos de Kanye West e, dentro desta ótica, vence pela máxima de que “menos é mais”, nos entregando uma faceta do rapper que nos permite vê-lo sem amarras ou as muitas vezes tão desejadas papas na língua, enquanto se aproveita do seu próprio espaço, sem manchetes sensacionalistas ou trechos mal recortados, para desabafar sobre a vida, o futuro e um pouco do que se passa nessa mente que, nestes vinte e pouco minutos, parece um pouco menos turbulenta do que o normal.
KANYE WEST, “YE” (2018)
★★★
Omulu e Alice Caymmi unem Kanye West e Roberto Carlos no remix mais inusitado do ano
Chegadíssimo nos remixes fora da caixa, Omulu já havia misturado Dua Lipa com funk em “New Rules” e mandado uma Beyoncé à brasileira nesse arranjo de “Partition”, famoso pelo cover da Pabllo Vittar em “Minaj”.
“Roberto is King”, como Omulu explica na descrição do seu vídeo no Youtube, é apenas uma ideia que surgiu no intervalo da produção do seu novo single com Alice Caymmi. Sendo assim, mais do que esse mashup maravilhoso, fica o anúncio de que tem mais coisa vindo aí. Que Deus abençoe o rolê.
Santo e profano, no Coachella, Kanye West é uma religião
Neste show, West se une ao coral The Samples, com um repertório que vai de releituras de seus maiores hits aos covers de Stevie Wonder, The Throne (seu projeto em parceria com Jay Z) e do rapper e pastor DMX, que também se apresentou em algumas dessas sessões dominicais.
Assim como a passagem bíblica de Moisés ou, no Coachella, o show de Beyoncé no último ano, a performance de Kanye West é divisora de águas para o festival. Um dos rappers mais relevantes da música atual, abrindo mão do título de headliner, se apresenta na manhã de um domingo, conduzindo um tributo no qual sua arte é a sua religião. Pretos elevando suas músicas para outro patamar, outra vez.
Kendrick Lamar, Drake, Lollapalooza e a consolidação do rap nos festivais brasileiros
No lado offline da história, não poderia ser diferente. Os festivais viram nessa virada uma possibilidade de agarrar mais um público no seu target e, pra ontem, pegaram os rappers, antes presentes timidamente pelas menores, para o posto de headliners.
Seguindo pelo mesmo caminho, outro grande festival brasileiro, Rock in Rio, também foi ambicioso e tentou chegar na dobradinha de Beyoncé e Jay-Z, The Carters, mas, pelo menos desta vez, não rolou. Em compensação, fechou com outros dois gigantes da era digital: o canadense Drake e a americana Cardi B.
Para o próximo ano, as apostas são ainda mais altas: Kanye West, que se apresenta no Coachella daqui alguns dias, estará com novo material nas ruas; Nicki Minaj, todo ano especulada num desses festivais, pisou no Brasil para um evento fechado em 2018 e prometeu voltar; Childish Gambino, também no Coachella e no Lollapalooza Chicago 2019, chegou a vir ao Lolla brasileiro em 2015, mas agora está envolto de todo o hype pós-“This is America” e com um disco visual saindo de forno e, claro, brasileiros como Djonga, Baco, Coruja BC1, Drik Barbosa, entre outros, acenam para uma nova era do rap nacional, que precisa marcar presença também nos palcos.
No último domingo (07) de encerramento do Lollapalooza, como atração principal e mais aguardada do maior palco do festival, Kendrick Lamar fez mais do que um puta show, ele selou a consolidação do rap como gênero obrigatório nesses festivais.
Kanye West levará seu Sunday Service para o último domingo do Coachella 2019
Nos vídeos, em sua maioria revelados pelo Instagram Story de Kim Kardashian e outras pessoas presentes, o músico aparece sempre muito empolgado, com a performance e culto tão grandiosos quanto despretensiosos. Que deverá ir nesse mesmíssimo formato para o festival.
Kanye anunciando para a equipe do Sunday Service que eles se apresentarão no #Coachella. pic.twitter.com/4LwyJZKtY1— Kanye West Brasil (@kanyewestBR) 31 de março de 2019
Ah, pronto: Kanye West usará boné em apoio ao Donald Trump nos palcos
“Uma das minhas coisas favoritas sobre o que o boné de Trump representa pra mim, é que as pessoas não podem me dizer o que fazer apenas por ser negro.”
Ariana Grande tá bem p*ta com a treta do Kanye West com Drake no Twitter
O início da treta, também segundo os tweets de Kanye, seriam algumas indiretas que Drake teria mandado para o rapper na faixa “Sicko Mode”, do Travis Scott. Ele disse que ficou sabendo, inclusive, que a música fazia mais referências à ele, que foram removidas na versão final. E aí parece que o Drake andou mandando mensagens sobre Kanye para a mãe da Kim, Kris Jenner, o que deixou o rapper de “Ghost Town” ainda mais fodido.
Tradução: “gente, eu sei que têm uns marmanjos tretando online agora, mas eu e Miley lançamos nossas músicas novas e maravilhosas nesta noite, então se vocês pudessem, por favor, se comportar só por algumas horas, pra que as garotas brilhem, eu ficaria MUITO grata.”guys, i know there are grown men arguing online rn but miley and i dropping our beautiful, new songs tonight so if y'all could please jus behave for just like a few hours so the girls can shine that'd be so sick thank u— Ariana Grande (@ArianaGrande) 14 de dezembro de 2018
Conta aí pra gente, enquanto ficamos torcendo pra que tudo fique bem entre Kanye e Drake o quanto antes.
Designer recria capas de Rihanna, Beyoncé e Kanye West como vinis dos anos 70
Em seu Instagram (onde assina como @pvtso), o artista de Barcelona exibe suas versões para o trabalho de artistas como Rihanna, Beyoncé, Kendrick Lamar e Kanye West, e os leva direto para décadas passadas, com inspirações e referências que, arriscamos dizer, ficam ainda mais fodas que os trabalhos originais, já impecáveis.
Numa entrevista para a Crack, Patso explica que a inspiração para estes trabalhos veio da admiração que ele sempre teve pelos discos de jazz e funk dos anos 70, somada ao interesse dele se aproximar de obras mais atuais, e conta ainda que desde sempre deu o seu toque para materiais que gostava.
Foda demais, né? Nas redes sociais do cara, tem sido cada vez mais frequente a presença de fãs pedindo por novas versões para as artes de seus artistas favoritos, então vale ficar de olho e, quem sabe, deixar os seus pedidos também.
Kanye West não perdeu milhões de seguidores no Twitter, mas uns migos famosos pularam fora
Nós podemos confirmar que o número de seguidores atuais do Kanye West é de aproximadamente 27 milhões”, disse a rede social. “Qualquer variação que as pessoas possam ver se trata de uma inconsistência que em breve será resolvida.
A Kim Kardashian tá dando uns esporros pro Kanye West parar de elogiar o Trump no Twitter
Kanye: Kim, eu tava no meio de uma refle...
Kim: Que saco!
Kanye: Reflexão, Kim. Eu estava refletindo sobre a nossa geraç...
Kim: Presta atenção e desfaz essa merda!
my wife just called me and she wanted me to make this clear to everyone. I don't agree with everything Trump does. I don't agree 100% with anyone but myself.— KANYE WEST (@kanyewest) 25 de abril de 2018
Tem Kanye West em dose dupla neste ano: rapper anuncia disco inédito e projeto com Kid Cudi
Com uma sequência de posts "enigmáticos", ele ainda indicou que um dos discos será feito em parceria com Kid Cudi, em um projeto chamado "Kids See Ghost".
my album is 7 songs— KANYE WEST (@kanyewest) April 19, 2018
June 1st— KANYE WEST (@kanyewest) April 19, 2018
me and Cudi album June 8th— KANYE WEST (@kanyewest) April 19, 2018
Kanye ainda aproveitou o embalo para anunciar as datas de mais dois álbuns da sua label, a GOOD Music. Ambos produzidos por ele, o disco do rapper Pusha T sai em 25 de maio, e o da maravilhosa Teyana Taylor em 22 de junho. Mr. West não brinca em serviço!it's called Kids See Ghost. That's the name of our group— KANYE WEST (@kanyewest) April 19, 2018
Foram quase 11 meses desaparecido das redes sociais até os tweets dessa semana, que além de trazerem novidades da carreira musical de Kanye, também foram a plataforma escolhida por ele para compartilhar pensamentos filosóficos. Aparentemente, tudo o que ele está compartilhando por ali vai fazer parte de um livro. Quem já quer entrar na lista de espera pra garantir a sua cópia?
be transparent as possible. Stop setting plays. Stop playing chess with life. Make decisions based on love not fear.— KANYE WEST (@kanyewest) April 17, 2018
Seja o mais transparente possível. Pare de definir as jogadas. Pare de jogar xadrez com a vida. Tome decisões baseadas em amor e não medo
oh by the way this is my book that I'm writing in real time. No publisher or publicist will tell me what to put where or how many pages to write. This is not a financial opportunity this is an innate need to be expressive.— KANYE WEST (@kanyewest) April 18, 2018
Aliás esse é o meu livro que estou escrevendo em tempo real. Nenhum editor vai me dizer o que colocar onde ou quantas páginas escrever. Isso não é uma oportunidade financeira, isso é uma necessidade inata de me expressar.
Há um ano, Taylor Swift foi exposta por Kim Kardashian na internet
Nessa semana faz um ano desde que a internet foi quebrada por Kim Kardashian que, no dia 17 de julho de 2016, revelou um vídeo em que seu marido, o rapper Kanye West, conversava amigavelmente com Taylor Swift sobre a faixa “Famous”, do álbum “The Life of Pablo”, na qual ele afirma que a fez famosa e que eles deveriam fazer sexo por conta disso.
Eu não acho que as pessoas ouvirão isso e pensarão ‘Ela deve estar chorando agora’”, continua Taylor. “Você tem que contar a história do jeito que ela aconteceu pra você, porque você não sabia quem eu era antes do ocorrido. Não importa que eu tenha vendido 7 milhões de álbuns antes do que você fez. O que aconteceu, aconteceu. Você não sabia quem eu era antes disso. (...) Quando a música sair e me perguntarem, eu direi que você me ligou”, finaliza.
Quando o disco “The Life of Pablo” foi lançado, incluindo a parceria com Rihanna em “Famous”, Taylor Swift não disse uma linha sobre essa conversa com Kanye West, depois afirmando que gostaria de ser retirada de uma narrativa que nunca pediu para fazer parte.
Ela é dissimulada essa garota.
Ouvimos o “4:44” do JAY-Z por várias horas e essas foram nossas primeiras impressões
Kanye West está presente nesse disco
Apesar de JAY-Z e Kanye West estarem brigados, a influência do parceiro de Jay em “Watch The Throne” é perceptível do início ao fim do disco. A faixa de abertura, “Kill Jay Z”, inevitavelmente nos remete a “I Love Kanye”, do disco “The Life of Pablo”, o sample de Nina Simone em “The Story of OJ” é algo que Kanye West faria, o sample de Sister Nancy em “Bam” é o mesmo que o Kanye usou em “Famous” e por aí vai. Se não fossem as letras sobre ele, ‘Ye ficaria orgulhoso.
“The Story of OJ” é uma das músicas mais fodas desse ano, porque sim.
“Eu não sou um negro [qualquer], eu sou O.J.”, disse O.J. Simpson durante um de seus depoimentos enquanto era julgado pelo assassinato de sua mulher, em um dos maiores casos policiais dos EUA. A frase, por sua vez, foi o que permitiu que JAY-Z o associasse com essa faixa, na qual discute a forma como o racismo se mantém presente e violento na vida negra, independente da sua pele ser mais clara ou, como no caso de O.J. Simpson, você ser um negro famoso e milionário. “Negro claro, negro escuro, negro falso, negro real, negro rico, negro pobre, negro de casa, negro do campo, continuará sendo apenas um negro. Apenas um negro”, diz em seu refrão.
O relacionamento dele com Beyoncé foi abusivo?
Da treta com Solange no elevador aos versos que fazem referência as agressões sofridas por Tina Turner em “Drunk In Love”, foram muitas as vezes em que o público se questionou sobre o relacionamento entre JAY-Z e Beyoncé ser abusivo em algum nível e, além das confissões sobre suas traições, o rapper dá margem pra que também interpretemos isso.
...ok, precisamos lidar com o fato de que JAY-Z foi um homem babaca.
“Eu vou acabar com algo bom se você me deixar. Becky, me deixa em paz”? Meu cu, né JAY-Z. Se não bastasse o histórico narrado em “4:44”, na faixa “Family Feud” ele é ainda mais direto sobre as traições, agora fazendo menção a mesma Becky que também virou música com a Beyoncé em “Sorry”, do “Lemonade”, mas se colocando numa posição de vítima bastante incômoda para quem está ouvindo.
A sacada de “Moonlight” foi genial
Depois do soco de realidade na letra de “The Story of O.J.”, o racismo volta a ser pautado em “Moonlight”, uma reflexão sobre como a maioria se apega ao conformismo em meio aos pequenos avanços. “Nós continuamos em La La Land. Mesmo quando ganhamos, estamos perdendo”, diz em seu refrão.
Caralho, Blue Ivy, tu é muito esperta
Agora que Beyoncé teve gêmeos, Blue Ivy precisa se preparar pra dividir a maior fortuna do mundo com mais duas crianças, mas a menina é esperta. Na faixa “Legacy”, é ela quem começa perguntando, “papai, o que é um testamento?”. Quer menina mais esperta?
Dá vontade, não dá, Macklemore?
A gente bebeu muito mijo do Macklemore & Ryan Lewis pelo sucesso de “Same Love”, que trazia vocais da cantora bissexual Mary Lambert, abordando a relação homoafetiva, raramente discutida por artistas do hip-hop, e aqui está JAY-Z indo ainda mais fundo em “Smile”, na qual sua mãe é quem revela ser homossexual, da forma mais bela e inspiradora possível.
Vivendo duas vidas, feliz, mas não livre. Você vive nas sombras pelo medo de ferir alguém da sua família ou pessoas que você ama. O mundo está mudando e eles dizem que está na hora de se libertar. Mas você vive com o medo de apenas ser você. Viver nas sombras parece a forma mais segura de ser. Sem danos pra eles, sem danos pra mim. Mas a vida é curta demais, então é hora de ser livre. Ame quem você ama, porque a vida não está ganha. Sorria.
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Kanye West teve alta de clínica e já está em casa com sua família, diz site
Antes da internação, West estava em exposição por conta do último show da turnê Saint Pablo, que contou com um longo e confuso desabafo, no qual ele criticou grandes corporações e disse estar chateado com Beyoncé, que teria aceitado um prêmio da MTV em troca de uma performance na sua premiação.
Editorial: “What happened, Mr. West?”
Tudo aconteceu muito rápido na vida e carreira de Kanye. Seu disco de estreia, “The College Dropout” (2004), lhe rendeu seu primeiro Grammy (por ‘Melhor Álbum de Rap’) e, na mesma edição, ele conquistou os gramofones por ‘Melhor Música de Rap’ (“Jesus Walks”) e ‘Melhor Música de R&B’ (como compositor, por “You Don’t Know My Name”). O reconhecimento veio acompanhado de ainda mais espaço pra que fizesse a sua arte e, consequentemente, o seu nome. Assim, de College Dropout até aqui, Kanye acumulou invejáveis 21 prêmios Grammy. Mas algo neste caminho deu errado.
O MTV Video Music Awards de 2009 talvez seja um importante divisor na carreira do rapper. Naquela época, Kanye West não discutia apenas a qualidade do videoclipe de Beyoncé (“um dos melhores clipes de todos os tempos. De todos os tempos.”), mas também o privilégio branco na indústria e, não só nessa edição da premiação, ele seguiu questionando publicamente sobre isso e o quanto esses tipos de eventos são desrespeitosos com os artistas. “Amanhã, essa arena estará completamente diferente”, disse no seu discurso de agradecimento no VMA de 2015. “Terá algum show, algo assim. O palco irá partir. Depois dessa noite, o palco irá partir, mas o efeito disso [o evento] nas pessoas permanecerá”. E permaneceu.
A edição desse ano, entretanto, ganhou um novo capítulo há alguns dias, quando Kanye West afirmou, durante um show, que a emissora o confidenciou que Beyoncé ganharia o prêmio de ‘Vídeo do Ano’ por “Formation”, numa decisão que teria sido feita por ela, em troca de uma performance no palco da premiação. No show, que aconteceu no dia 17 de novembro, o rapper afirma: “Beyoncé, isso me machucou”. E explica que o problema sequer foi o prêmio, mas, sim, saber que ela aceitou isso, ciente de que acarretaria numa vitória sobre ele e Drake, que concorriam por “Famous” e “Hotline Bling”, respectivamente.
No mesmo show, Kanye ainda pediu pra que Jay Z o ligasse, eles precisavam conversar como homens crescidos, e estranhamente deixou o apelo: “não mande seus homens atrás da minha cabeça, me ligue, você ainda não me ligou”.
Mas o que está acontecendo com Kanye West?
Mark Zuckerberg invest 1 billion dollars into Kanye West ideas— KANYE WEST (@kanyewest) 14 de fevereiro de 2016
O final desse ano, entretanto, conseguiu ser ainda pior. No começo de outubro, Kim Kardashian foi feita de refém e assaltada em Paris, optando por dar uma pausa nas redes sociais, e no dia 10 de novembro, o rapper passou por mais um ano desde o falecimento da sua mãe, acontecimento esse que desencadeou seus problemas com a depressão e quase levou o músico ao suicídio entre 2010 e 2011.
Em tom mais sarcástico, Kanye faz uma longa reflexão sobre sua carreira em “Feedback”:
Parece que quanto mais fico famoso, mais fico selvagem. Tenho perdido a cabeça há muito tempo, tenho perdido a cabeça há muito tempo. Venho dizendo como me sinto nos momentos errados. (...) Não posso deixar que essas pessoas brinquem comigo. Me diga um gênio que não seja louco.
E, fora do seu disco, também há uma contribuição de Kanye em “Reaper”, lançada por Sia no disco “This is Acting” (2016). A música, descartada pelo rapper e por Rihanna, foi composta aos poucos, por meio de notas e conversas entre Kanye, Sia e Rihanna, e faz um pedido pra que a morte não o busque enquanto estiver se sentindo bem:
Não venha atrás de mim hoje, estou me sentindo bem e quero aproveitar isso. Não venha atrás de mim hoje, estou me sentindo bem e me lembro de quando você veio para me levar embora. Eu estive tão perto dos portões do paraíso. Mas, querido, hoje não. Você tentou me derrubar e me seguiu como uma nuvem negra, mas, querido, não, hoje não.
Em “What Have They Done To My Song, Ma”, originalmente lançada pela americana Melanie Safka, Nina Simone lamenta para sua mãe os efeitos da indústria em sua música, alma e mente. “Eles mexeram em minha mente como se fosse um pedaço de frango e agora acham que eu estou louca, mãe, olha o que fizeram comigo”. E apesar dessa não ser uma das muitas músicas da cantora reutilizadas por Kanye West, é possível associá-la bastante ao músico.
De Britney Spears à Amy Winehouse, foram muitas as vezes que os fãs da cultura pop tiveram a decadência de artistas famosos como seu entretenimento, e a imprensa aprendeu da pior forma possível o quanto isso pode ser lucrativo, então não deixará o nome do rapper em paz tão cedo. Mas no meio de toda essa realidade, na qual propagar o ódio tem parecido cada vez mais interessante, é importante ressaltar a necessidade da empatia e bom senso num momento como esse, em que não é preciso gostar ou admirar o artista para minimamente respeitar não apenas ele, mas todos que sofrem com algum desses distúrbios.
A reação contraditória das redes sociais, que comemoraram, afirmando que ele “está tendo o que merece”, é apenas mais um dos motivos pelos quais tantas vidas são perdidas, visto que muitas pessoas se tornam resistentes à pedir ajuda, temendo a mesma falta de consideração.
Nas palavras do próprio rapper: “we still love Kanye”. E estamos na torcida pra que ele se recupere dessa o quanto antes.
Lady Gaga fala sobre Kanye West: “Eu te apoio e te amo, irmão, posso ver sua coragem”
It's not funny to joke about anyone's possible or not possible mental illness, this is a sensitive time for many. Let's be kind & loving. ❤️— xoxo, Joanne (@ladygaga) 23 de novembro de 2016
“Não é engraçado brincar sobre a possibilidade de ninguém ter ou não transtornos mentais, esse é um momento sensível para muitos”, disse Gaga. “Vamos ser gentis e amorosos.”
. @kanyewest i support & love u brother, I see in you bravery & courage to stop this tour & take care of YOU. You are a GREAT artist 🎨💋— xoxo, Joanne (@ladygaga) 23 de novembro de 2016
“Embora eu não concorde com tudo o que ele faz, espero que o público mostre compaixão e amor por Kanye West e uns aos outros. Um amor. Uma raça”, e completou: “Kanye, eu te apoio e te amo, irmão, eu vejo sua bravura e coragem em parar essa turnê para cuidar de VOCÊ. Você é um ÓTIMO artista.”
PRAYING FOR KANYE. PRAYING HE HAS THE RIGHT ENERGY SURROUNDING HIM DURING THIS TIME. SENDING PEACE AND LOVE. 🙏🏿— Janelle Monáe, Cindi (@JanelleMonae) 22 de novembro de 2016
“Orando por Kanye. Orando pra que ele tenha as energias certas ao seu redor nesse momento. Enviando paz e amor.”
Aparentemente, Kanye West acabou de ser hospitalizado à força
Na NBC, também afirmaram que sua hospitalização foi para o “bem da sua própria saúde e segurança”, além de confirmarem que nenhuma atividade criminosa foi reportada.
Há anos, Kanye West luta contra a depressão e, após o falecimento de sua mãe, chegou a tentar suicídio. Em várias entrevistas, o rapper falou sobre a importância da amizade de Jay Z e Beyoncé durante esse período, além da contribuição de Kim Kardashian, que naquele tempo foi não só sua amiga, mas também confidente e conselheira.