Mostrando postagens com marcador the handmaid's tale. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador the handmaid's tale. Mostrar todas as postagens

Em sua segunda temporada, "The Handmaid's Tale" continua sendo a melhor série em streaming

Hoje em dia há uma grande saturação de conteúdo no mercado de entretenimento, mais especificamente quando se trata de televisão. Como consumidores, podemos todo dia escolher o que vamos ver em um leque de opções extremamente variado de séries vindas de plataformas e estúdios diferentes. Temos a televisão aberta, por assinatura, por assinatura em cima da assinatura (estamos olhando pra você mesma extorquidora de bolsos, HBO) e, mais recentemente, streaming. 

Este último tem constantemente oferecido conteúdo de alta qualidade que passa o rodo nas emissoras tradicionais em cada premiação. "The Handmaid's Tale", da plataforma caloura Hulu, venceu a estatueta de Melhor Série no último Emmy Awards e recentemente estreou sua 2ª temporada. Inicialmente, seria uma minissérie de apenas uma leva, adaptando a obra literária homônima da década de 80 de Margaret Atwood.

Sua alta relevância no clima atual e todo o sucesso que obteu (oito Emmys tá bom pra você?) fez com que os criadores da série seguissem em frente com a história além do livro cujo qual a mesma é baseada. Até agora, com quatro episódios lançados, "The Handmaid's Tale" conseguiu manter o mesmo nível (se não superior) de qualidade presente em sua primeira temporada enquanto ao mesmo tempo expandindo o mundo de Gilead e levando a história de June para o próximo nível. Mas, o que isso signfica?

*Daqui em diante, este texto contém alguns spoilers sobre a segunda temporada. Você foi avisado.


Isso significa que nesta nova temporada o maior obstáculo no caminho da nossa protagonista não é o mundo no qual ela vive. A maior batalha que ela luta não é escapar desse mundo, ou sobreviver, mas sim sua própria dualidade.

Este é o tema mais martelado pelos episódios lançados até agora: June é uma criminosa, uma pecadora. Offred é uma servente do sistema, uma fiel da religião. June merece ser punida. Offred tem uma oportunidade. Ambas são uma só. Porém, ao mesmo tempo, uma não pode sobreviver em coexistência com a outra.

E vários momentos ao longo dessa temporada deixam isso bem claro. O primeiro episódio já começa do melhor e pior jeito possível: com uma cena pulsante, difícil de assistir, e pesada no coração, mas que simultâneamente serve pra mostrar porque a direção, trilha sonora, fotografia, e principalmente atuação de "The Handmaid's Tale" é a melhor da atualidade.


Avançando um pouco para o episódio mais recente, 2x04 "Other Women", Tia Lydia e Serena Joy lembram novamente o telespectador sobre o peso das duas identidades da nossa protagonista. Quando June quase consegue escapar, o homem que a ajuda é executado. Quando June atreve falar de seu próprio chá de bebê de sua vida passada, Rita leva um tapa de Serena Joy. Quando June, em rebelião, é a primeira a se recusar a apredejar Janine, todas as outras handmaids são mutiladas.

Então, quando Nick tenta falar com ela no final do quarto episódio, Offred fala sobre o tempo. Tia Lydia reinforça isso quando leva June para ver o homem que a ajudou pendurado no Muro, enforcado: "June fez isso. June escapou. June conspirou com terroristas. Não Offred. Offred foi capturada. Offred é livre de dor. Offred não precisa suportar a culpa de June."

Nos momentos finais desse episódio, vemos June em seu pior. Quando se vive em um mundo que te roubou da sua vida, das pessoas que você ama, e até da sua identidade, o que mais você tem a perder? Nada. Esta premissa serve como a maior motivação por trás da vontade incessante de June de escapar, mas apenas até um determinado ponto. Por mais que ela queira ser livre, ver sua filha e seu marido novamente, ela não consegue suportar fazer isso as custas daqueles ao seu redor. Não se outros são punidos por sua causa. Perante isso, June gradualmente desaparece dentro de Offred. E esta é a que prevalece. 


Elisabeth Moss consegue mais uma vez, cena após cena, transmitir mil emoções com apenas um olhar. Ela está melhor do que nunca. Se a mesma levou o Emmy de Melhor Atriz pelo seu trabalho na primeira temporada, não ficarei surpreso se ela ganhar novamente este ano. E o mesmo serve também para Ann Dowd como Tia Lydia, que consegue ser cruel e emotiva ao mesmom tempo, Yvonne Strahovski como Serena Joy, que fica mais complexa e fascinante a cada episódio, e Alexis Bledel como Emily, que segue com sua própria história individual nas Colônias.

"The Handmaid's Tale" é uma história criada por uma mulher, sobre mulheres e, acima de tudo, para mulheres. A série acaba sendo inevitavelmente mais do que relevante e até mesmo assustadora. Mas não assustadora como um filme de terror, e sim como um episódio de "Black Mirror": tão distante, mas ao mesmo tempo tão próximo da nossa realidade atual que, em dados momentos em certos episódios, é fácil de visualizar a história se desdobrando na nossa sociedade e tempo atual.

A segunda temporada, até agora, nos lembra dessa similaridade assustadora entre ficção e realidade e, acima de tudo, sobe a barra de tudo que sua antecessora fez para todas as outras séries do mercado; streaming e além. 

Vai ter terceira temporada de “Westworld” e “The Handmaid's Tale”

“Westworld” é a aposta da HBO com o fim de “Game Of Thrones” chegando. A série, que acabou de estrear sua segunda temporada, já foi renovada para mais uma – o que não foi surpresa nenhuma.

Casey Bloys, o presidente de programação do canal, contou a novidade pro The Hollywood Reporter:
Tem sido um prazer extraordinário trabalhar com os excepcionalmente talentosos Jonathan Nolan e Lisa Joy, além de sua equipe e elenco. Desde a narrativa inspirada ao visual incrível, estamos muito ansiosos para ver onde o próximo capítulo nos levará.



E o mesmo aconteceu com “The Handmaids Tale”, do Hulu. A segunda temporada estreou dia 25 de abril e uma semana depois, o serviço de streaming tratou de renová-la para uma terceira, destacando ainda que o primeiro episódio da série foi o mais visto do serviço, tudo isso durante a semana de seu lançamento. Abençoado seja o fruto, né?



Por enquanto, a gente ainda tem muita coisa pra ver, por que as novas temporadas de "Westworld" e "The Handmaid's Tale" tão só começando.

Praised be: saiu o primeiro trailer da nova temporada de “The Handmaid’s Tale”

⚠ Opa! Pode ser que esse texto tenha alguns spoilers. Se você é do tipo que fica puto com spoilers, esse é um bom momento para parar a leitura ou seguir por sua conta e risco.

Depois do grande sucesso em 2017, a aclamada “The Handmaid’s Tale” irá retornar em 25 de abril para sua segunda temporada no serviço de streaming Hulu. A fotografia da série continua impecável e, tirando pelo trailer, sabemos que Offred/June (Elisabeth Moss) ainda terá muito o que enfrentar até finalmente poder estar com sua filha.



Por aqui, a gente já tá surtando pra ver o fruto ser abençoado.

#AmarNãoÉDoença | A tal cura gay e uma reflexão sobre como deixamos isso acontecer

Na série vencedora do Emmy, “The Handmaid’s Tale”, Ofglen (interpretada por Alexis Bledel) é uma aia, classe de mulheres férteis que são obrigadas a engravidar de seus patrões. Certo dia, o governo, autoritário, descobre que ela é uma “traidora de gênero”, como chamam os homossexuais, porque tinha um caso com a esposa do seu chefe.

Culpada por cometer um dos maiores crimes existentes nesta sociedade, Ofglen foi obrigada a assistir sua amante ser enforcada, enquanto recebia uma pena mais “branda” por ser fértil: teve seu clitóris arrancado cirurgicamente.


Caso você ainda não tenha assistido à série, perdão pelo spoiler. Mas não, esse texto não é sobre "The Handmaid's Tale", é sobre algo real e que está acontecendo no nosso quintal: a decisão liminar do juiz federal heterossexual Waldemar Cláudio de Carvalho, favorável aos psicólogos estudarem e oferecerem tratamento de "reorientação sexual" - o que popularmente foi chamado de "cura gay".

O que tem a ver, então, a saga de Ofglen com essa decisão? Basicamente, tudo. A série se passa após um golpe de estado, onde um grupo fundamentalista ultra radical assume o poder e dita suas próprias leis. Conservadores e direitistas, a nova cúpula do poder aniquila quaisquer direitos das minorias sociais - até mesmo as mulheres de elites são absolutamente privadas. A protagonista da série, Offred (interpretada brilhantemente por Elisabeth Moss), se pergunta a todo momento "Como deixamos isso acontecer?".

Todo aquele caos é só um dos assustadores finais da onda conservadora que estamos vivenciando, não só no Brasil como no globo inteiro - a maior potência mundial, os EUA, tem como líder Donald Trump, que dispensa apresentações. E a pergunta que a protagonista tanto se faz demonstra como nós, infelizmente, ainda somos passivos diante a retirada de direitos.



E essa retirada nem sempre é abrupta como em Gilead, novo nome do país em que "The Handmaid's Tale" se passa. Vamos, pouco a pouco, perdendo pequenos direitos, sendo silenciados aqui e acolá, como um sapo dentro de uma panela com água fervendo. A intenção é justamente não nos fazer notar o quanto estamos caminhando rumo à total falta de liberdade - quando notamos, já estamos estamos como Offred, nos questionando como chegamos até ali.

Desde março de 1999, o Conselho Federal de Psicologia (CFP) determina que "os psicólogos não exercerão qualquer ação que favoreça a patologização de comportamentos ou práticas homoeróticas, nem adotarão ação coercitiva tendente a orientar homossexuais para tratamentos não solicitados" - nós somos um dos poucos países a conquistarmos uma determinação parecida. A liminar do juiz, heterossexual, não vai contra diretamente à determinação do CFP, porém abre um vasto leque para a volta do estigma de doença na homossexualidade, que até 1973 era considerada um "transtorno antissocial da personalidade".

A base argumentativa do liminar do juiz heterossexual diz que a determinação do CFP é uma censura ao livre estudo da psicologia, afinal, se um psicólogo quiser estudar sobre reorientação sexual, por que não? Esse argumento tem o mesmo fundamento daqueles que pregam a liberdade absoluta de opinião, ou, sendo mais claro, a liberdade de opressão. Mas como eu não posso gostar de gays?, é a minha opinião, você tem que respeitar! A partir do momento em que sua "opinião" oprime uma pessoa ou um grupo, ela deixa de ser "opinião" para virar "opressão".

Se antes a escola era a instituição fomentadora de conhecimento na nossa sociedade, a mídia hoje é quem senta nesse trono. Muito mais que livros e aulas, o imaginário popular dita valores e molda nossos gostos, e são os meios de comunicação que constroem esse imaginário. A liminar do senhor Waldemar de Carvalho, heterossexual, é mais uma peça para colar o rótulo de "doente" na testa de gays, lésbicas e bissexuais, rótulo esse que tanto lutamos para ser extinguido, afinal, de doentes nós temos nada.


"Não há cura para algo que não é uma doença. Não seria uma ideia revolucionária apoiar, celebrar e AMAR pessoas pelo o que elas são ao invés de envergonhá-las e tentar mudá-las? Essa legislação é uma vergonha, e eu mando todo o meu apoio para lutar contra essa decisão medieval e repulsiva", disse Kesha.

Felizmente, há progressos. Diversos artistas, tanto nacionais como internacionais, se pronunciaram sobre a absurda medida. Nomes como Anitta, Pabllo Vittar, Demi Lovato, Tove Lo e Kesha foram às redes sociais manifestarem contra a decisão da justiça. E aqui mesmo, em solo tupiniquim, estamos vivenciando a acensão massiva de artistas LGBT no meio musical: encabeçados por Pabllo, temos drags, gays e trans conseguindo bastante espaço e solidificando seus nomes, como Rico Dalasam, Gloria Groove, Liniker, Aretuza Lovi, Jaloo, Banda Uó e Linn da Quebrada.



Mas se nós "LGB" estamos numa saia justa, acredite, o "T" está ainda pior. Travestis e transexuais ainda enfrentam diversas burocracias para o acesso de direitos básicos: para a mudança do nome social e gênero é preciso um longo processo judicial, que, no fim das contas, nada mais é que uma pessoa cis reconhecendo (ou não) a transexualidade de alguém. A pessoa trans ainda precisa que alguém comprove o que ela própria é.

E o processo em si é massacrante. No Brasil, é necessário apresentar pelo menos dois laudos médicos atentando a transexualidade e que o indivíduo vive "como homem" ou "como mulher" há anos. Se os "LGB" estão retrocedendo para o rótulo de doença, a transexualidade é, até hoje, vista como uma, mais especificamente um "transtorno de identidade". Além dessa papelada, ainda pede-se cartas e fotos de amigos que comprovem o reconhecimento do indivíduo como trans. Ou seja, a voz menos ouvida é a da pessoa trans, que não tem autonomia sobre o próprio corpo.

Muita coisa ainda precisa mudar, mas, ainda mais imperativo, é não permitirmos que o que já conquistamos seja perdido. Nas redes sociais, o barulho dos contrários à regulamentação é alto, porém não podemos deixar que esse eco fique só no mundo digital, e se algo nos é ensinado com "The Handmaid's Tale" é como nossa liberdade é o bem mais precioso que existe. E a liberdade, inclusive, de amarmos quem quisermos.

Que não nos deixemos mais cair no conformismo, nem na esperança de que pior não pode ficar, que não deixemos que eles nos coloquem mais nenhum passo para trás e, o principal, que nos unamos para lutarmos com tudo o que estiver ao nosso alcance.

O nosso amor não é doença. 

***

Sempre estivemos dispostos a usar nossa plataforma como algo além do tradicional “noticiar” e aproveitarmos nosso alcance em prol do que merece a máxima atenção possível.

Desta forma, este artigo será o primeiro de muitos da campanha #AmarNãoÉDoença, também apoiada pelos veículos, páginas e grupos abaixo assinado.

O Emmy 2017 foi repleto de vencedores inéditos


Aconteceu no último domingo, 17, o Emmy, que premiou as melhores produções do ano na TV americana. Num movimento que começou há alguns anos, o show buscou sair da zona de conforto e, com isso, a noite foi recheada de “primeiras vezes”, como a primeira vitória de um serviço de streaming na principal categoria, “melhor série dramática”, com “The Handmaid’s Tale”, do Hulu (serviço online da NBC em parceria com a Disney), a primeira vez em que um diretor negro ganhou em “melhor direção em comédia” com Donald Glover levando a estatueta por “Atlanta” (FX), e a primeira mulher negra (e lésbica) a vencer em “melhor roteiro em comédia”, com Lina Waithe levando por “Master of None” (Netflix).



O evento, neste ano apresentado por Stephen Colbert, foi recheado de críticas ao presidente Trump, e ficou claro como a classe artística norte-americana está se posicionando fortemente contra o presidente. Havia, inclusive, a presença do ex-secretário de imprensa do governo Sean Spicer, que subiu ao palco e fez piada de si mesmo. Um momento chato da noite foi cortarem o microfone de Sterling K. Brown em seu discurso pelo prêmio de "melhor ator em série dramática". Maior climão, geral sentiu e o ator saiu aplaudido ao cortarem o vídeo. Fora isso, a noite foi mesmo de “Big Little Lies” e “The Handmaid’s Tale”, as grandes premiadas.

Prêmios para série dramática
Os principais concorrentes na categoria eram “Westworld” (HBO) e “Stranger Things” (Netflix), mas quem levou o prêmio de "melhor série dramática" foi “The Handmaid’s Tale”, uma produção baseada no livro de Margaret Atwood. A autora, inclusive, subiu ao palco sob aplausos, em um momento emocionante da noite. “The Handmaid’s Tale” venceu em “melhor direção” pelo primeiro episódio, com direção de Reed Morano, a primeira mulher a vencer na categoria em 22 anos. “Melhor roteiro” também ficou com a produção do Hulu, no nome de Bruce Miller, também criador do show. 


Elisabeth Moss finalmente ganhou uma estatueta pela protagonista Offered de "Handmaid's", depois de ter sido ignorada por anos com indicações por “Mad Men”. A atuação dela realmente estava impecável, com uma sincronia perfeita dos pensamentos de sua personagem (sempre presentes na narrativa). Lindo. Ann Dowd, a tia Lydia, também desta série, levou em “melhor atriz coadjuvante em drama”, desbancando atrizes como Uzo Aduba (Orange Is The New Black) e a favorita Thandie Newton (Westworld). 

Já nos prêmios para os atores, “The Crown” teve o “melhor ator coadjuvante em série dramática”, com John Lithgow levando o prêmio por sua atuação como Winston Churchill, e Sterling K. Brown, de “This Is Us”, vencendo como “melhor ator em série dramática”. 

Prêmios para comédia
Nessas categorias, parece que o Emmy quis agradar a todos. “Master Of None” levou em roteiro, com Lina Waithe, “Atlanta” em direção com Donald Glover, mas a melhor série foi “Veep” (HBO), pelo terceiro ano consecutivo. Após anos dando o prêmio para “Modern Family”, parece que a comédia política da HBO é a nova queridinha do público.  Na trama, Julia Louis-Dreyfus interpreta Selina Meyer, vice-presidente dos EUA que descobre que a vida política não é tudo isso que pensava. Julia venceu a categoria de “melhor atriz em comédia” pela sexta vez consecutiva e pode quebrar o recorde de pessoa com mais estatuetas do Emmy se continuar assim (ela já venceu anteriormente por “Seinfield”).

A “melhor atriz coadjuvante em comédia” foi Kate McKinnon em “Saturday Night Live”, e ator Alec Baldwin, também por SNL. O “melhor ator em comédia” foi Donald Glover, por “Atlanta”, seu segundo prêmio da noite. 

Prêmios para minissérie ou telefilme 
“Big Little Lies” reinou, com o prêmio de melhor série da categoria e melhor atriz para Nicole Kidman., que fez um belíssimo discurso, chamando a atenção para o abuso doméstico, tema importante abordado no show. O prêmio de "melhor atriz coadjuvante" foi para Laura Dern, melhor ator coadjuvante para Alexander Skarsgard, e melhor direção para Jean-Marc Vallee. Assim, "BLL" empata com “The Handmaid’s Tale”, com cinco prêmios cada.



Riz Ahmed ficou como “melhor ator em minissérie ou telefilme”, por “The Night Of”, produção da HBO, e Charlie Brooke levou o prêmio de "melhor roteiro" por “Black Mirror: San Junipero”. A produção futurista da Netflix concorre na categoria porque possui mais de uma hora de duração cada episódio, um truque que a fez ir bem nessa categoria e em “melhor filme para TV”, onde também ficou com a estatueta. Bem merecido para o episódio, que é o melhor da temporada, misturando questionamentos religiosos e concepção de morte e vida.

Abaixo, você confere a lista completa dos vencedores.

Melhor série dramática
  • "House of Cards"
  • "Better Call Saul"
  • "The Crown"
  • "The Handmaid's Tale"
  • "This Is Us"
  • "Westworld"
  • "Stranger Things
Melhor atriz em série dramática
  • Claire Foy ("The Crown")
  • Elisabeth Moss ("The Handmaid's Tale")
  • Robin Wright ("House of Cards")
  • Evan Rachel Wood ("Westworld")
  • Viola Davis ("How to Get Away with Murder")
  • Keri Russell ("The Americans")
Melhor ator em série dramática
  • Sterling K. Brown ("This Is Us")
  • Anthony Hopkins ("Westworld")
  • Bob Odenkirk ("Better Call Saul")
  • Matthew Rhys ("The Americans")
  • Liev Schreiber ("Ray Donovan")
  • Milo Ventimiglia ("This Is Us")
  • Kevin Spacey ("House of Cards")
Melhor ator coadjuvante em série dramática
  • Jonathan Banks ("Better Call Saul")
  • Ron Cephas Jones ("This Is Us")
  • David Harbour ("Stranger Things")
  • Michael Kelly ("House of Cards")
  • John Lithgow ("The Crown")
  • Mandy Patinkin ("Homeland")
  • Jeffrey Wright ("Westworld")
Melhor roteiro em série dramática
  • Joe Weisberg and Joel Fields (“The Americans”)
  • Gordon Smith (“Better Call Saul”)
  • Peter Morgan (“The Crown”)
  • Bruce Miller (“The Handmaid’s Tale”)
  • The Duffer Brothers (“Stranger Things”)
  • Lisa Joy and Jonathan Nolan (“Westworld”)
Melhor atriz coadjuvante em série dramática
  • Uzo Aduba ("Orange Is the New Black")
  • Millie Bobby Brown ("Stranger Things")
  • Ann Dowd ("The Handmaid’s Tale")
  • Chrissy Metz ("This Is Us")
  • Thandie Newton ("Westworld")
  • Samira Wiley ("The Handmaid’s Tale")
Melhor direção em série dramática
  • Vince Gilligan (“Better Call Saul”)
  • Stephen Daldry (“The Crown”)
  • Reed Morano (“The Handmaid’s Tale”)
  • Kate Dennis (“The Handmaid’s Tale”)
  • Lesli Linka Glatter (“Homeland”)
  • The Duffer Brothers (“Stranger Things”)
  • Jonathan Nolan (“Westworld”)
Melhor minissérie ou telefilme
  • "Big Little Lies"
  • "Feud"
  • "The Night Of"
  • "Fargo"
  • "Genius"
Melhor atriz em minissérie ou filme para a TV
  • Nicole Kidman ("Big Little Lies")
  • Jessica Lange ("Feud")
  • Susan Sarandon ("Feud")
  • Reese Witherspoon ("Big Little Lies")
  • Carrie Coon ("Fargo")
  • Felicity Huffman ("American Crime")
Melhor ator em minissérie ou filme para a TV
  • Riz Ahmed (“The Night Of”)
  • Benedict Cumberbatch (“Sherlock: The Lying Detective”)
  • Robert De Niro (“The Wizard of Lies”)
  • Ewan McGregor (“Fargo”)
  • Geoffrey Rush (“Genius”)
  • John Turturro (“The Night Of”)
Melhor atriz coadjuvante minissérie ou filme para a TV
  • Judy Davis ("Feud: Bette and Joan")
  • Laura Dern ("Big Little Lies")
  • Jackie Hoffman ("Feud: Bette and Joan")
  • Regina King ("American Crime")
  • Michelle Pfeiffer ("The Wizard of Lies")
  • Shailene Woodley ("Big Little Lies")
Melhor direção em minissérie, filme ou especial de drama
  • Jean-Marc Vallee (“Big Little Lies”)
  • Noah Hawley (“Fargo”)
  • Ryan Murphy (“Feud: Bette & Joan”)
  • Ron Howard (“Genius”)
  • James Marsh (“The Night Of”)
  • Steve Zaillian (“The Night Of”)
Melhor ator coadjuvante em minissérie ou filme para a TV
  • Bill Camp ("The Night Of")
  • Alfred Molina ("Feud: Bette and Joan")
  • Alexander Skarsgard ("Big Little Lies")
  • David Thewlis ("Fargo")
  • Stanley Tucci ("Feud: Bette and Joan")
  • Michael K. Williams ("The Night Of")
Melhor roteiro em minissérie, filme ou drama
  • David E. Kelley (“Big Little Lies”)
  • Charlie Brooker (“Black Mirror: San Junipero”)
  • Noah Hawley (“Fargo”)
  • Ryan Murphy (“Feud: Bette and Joan”)
  • Jaffe Cohen, Michael Zam and Ryan Murphy (“Feud: Bette and Joan”)
  • Richard Price and Steven Zaillian (“The Night Of”)
Melhor série de comédia
  • "Veep"
  • "Atlanta"
  • "Black-ish"
  • "Master of None"
  • "Modern Family"
  • "Silicon Valley"
  • "Unbreakable Kimmy Schmidt"
Melhor ator em série de comédia
  • Anthony Anderson ("Black-ish")
  • Aziz Ansari ("Master of None")
  • Zach Galifianakis ("Baskets")
  • Donald Glover ("Atlanta")
  • William H. Macy ("Shameless")
  • Jeffrey Tambor ("Transparent")
Melhor atriz em série de comédia
  • Ellie Kemper ("Unbreakable Kimmy Schmidt")
  • Allison Janney ("Mom")
  • Julia Louis-Dreyfus ("Veep")
  • Tracee Ellis Ross ("Black-ish")
  • Lily Tomlin ("Grace and Frankie")
  • Jane Fonda ("Grace and Frankie")
  • Pamela Adlon ("Better Things")
Melhor atriz coadjuvante em série de comédia
  • Vanessa Bayer ("Saturday Night Live")
  • Anna Chlumsky ("Veep")
  • Kathryn Hahn ("Transparent")
  • Leslie Jones ("Saturday Night Live")
  • Judith Light ("Transparent")
  • Kate McKinnon ("Saturday Night Live")
Melhor direção em série de comédia
  • Donald Glover (“Atlanta”)
  • Jamie Babbit (“Silicon Valley”)
  • Mike Judge (“Silicon Valley”)
  • Morgan Sackett (“Veep”)
  • David Mandel (“Veep”)
  • Dale Stern (“Veep”)
Melhor ator coadjuvante em série de comédia
  • Louie Anderson ("Baskets")
  • Alec Baldwin ("Saturday Night Live")
  • Tituss Burgess ("Unbreakable Kimmy Schmidt")
  • Ty Burrell ("Modern Family")
  • Tony Hale ("Veep")
  • Matt Walsh ("Veep")
Melhor roteiro de série de comédia
  • Donald Glover (“Atlanta”)
  • Stephen Glover (“Atlanta”)
  • Aziz Ansari and Lena Waithe (“Master of None”)
  • Alec Berg (“Silicon Valley”)
  • Billy Kimball (“Veep”)
  • David Mandel (“Veep”)
Melhor programa de variedades
  • "Last Week Tonight" (HBO)
  • "Full Frontal with Samantha Bee" (TBS)
  • "Jimmy Kimmel Live!" (ABC)
  • "The Late Show with Stephen Colbert" (CBS)
  • "The Late Late Show with James Corden" (CBS)
  • "Real Time with Bill Maher" (HBO)
Melhor direção de série de variedades
  • Derek Waters & Jeremy Konner (“Drunk History”)
  • Andy Fisher (Jimmy Kimmel Live”)
  • Paul Pennolino (“Last Week Tonight with John Oliver”)
  • Jim Hoskinson (“The Late Show with Stephen Colbert”)
  • Don Roy King (“Saturday Night Live”)
Melhor reality show de competição
  • “The Amazing Race” (CBS)
  • “American Ninja Warrior” (NBC)
  • “Project Runway” (Lifetime)
  • “RuPaul’s Drag Race” (vh1)
  • “Top Chef” (Bravo)
  • “The Voice” (NBC)
Melhor roteiro de série de variedades
  • "Late Night With Seth Meyers"
  • "The Late Show With Stephen Colbert"
  • "Saturday Night Live"
  • "Last Week Tonight With John Oliver"
  • "Full Frontal With Samantha Bee"
Melhor série de variedades em esquetes
  • “Billy On The Street” (truTV)
  • “Documentary Now!” (IFC)
  • “Drunk History” (Comedy Central)
  • “Portlandia” (IFC)
  • “Saturday Night Live” (NBC)
  • “Tracey Ullman’s Show” (HBO)
Melhor filme para a TV
  • "The Wizard of Lies"
  • "The Immortal Life of Henrietta Lacks"
  • "The Lying Detective"
  • "Black Mirror: San Junipero"
  • "Dolly Parton's Christmas of Many Colors: Circle of Love"
E aí, mores? Acharam justo os vencedores? Usem os comentários para mostrar sua revolta ou conformidade.

“The Handmaid’s Tale” leva os maiores prêmios do TCA Awards 2017 e choca ninguém


Na noite do dia 5 aconteceu o TCA Awards (Television Critics Association Awards), prêmio da crítica especializada, que reúne críticos americanos e canadenses para julgar obras da televisão. O prêmio é considerado um esquenta para o Emmy e os vencedores do TCA saem à frente para a grande noite que acontece em setembro. 

Esse ano “The Handmaid’s Tale” (Hulu) foi a grande vencedora (avisamos que essa série é foda, não é?) com os prêmios de Série do Ano e Melhor Drama e, se tudo continuar assim, a série baseada no Conto de Aia de Margaret Atwood, pode sair vitoriosa do Emmy. Outro destaque ficou para “Atlanta” (FX) com os prêmios de Melhor Comédia e Melhor Atuação para Donald Glover. A série entrou no nosso radar e vamos com certeza prestar mais atenção.

Carie Coom fez história ao ser consagrada com o prêmio de Melhor Atuação em duas séries! A atriz levou a estatueta por “The Leftovers” e “Fargo”, um feito e tanto! Além dessas, "This Is Us" e "Big Little Lies" também merecem atenção; a primeira ganhou em Melhor Nova Série e a segunda em Melhor Minissérie.

Carie Coom em "The Leftovers" e Donald Glove em "Atlanta"

Abaixo você confere os vencedores da noite. Aproveita pra ficar de olho e já vai assistindo algumas, pois depois do Emmy não dá pra reclamar de spoiler por aí. 

Série do Ano
Atlanta
Big Little Lies
Stranger Things
The Handmaid’s Tale 
The Leftovers
This Is Us

Melhor Drama
Better Call Saul
Stranger Things
The Americans
The Crown
The Handmaid’s Tale 
This Is Us

Melhor Ator ou Atriz em Drama
Sterling K. Brown, This Is Us
Carrie Coon, The Leftovers e Fargo 
Claire Foy, The Crown
Nicole Kidman, Big Little Lies
Jessica Lange, FEUD: Bette and Joan
Elisabeth Moss, The Handmaid’s Tale
Susan Sarandon, FEUD: Bette and Joan

Melhor comédia
Atlanta 
black-ish
Fleabag
Master of None,
The Good Place
Veep

Melhor Ator ou Atriz em Comédia
Pamela Adlon, Better Things
Aziz Ansari, Master of None
Kristen Bell, The Good Place
Donald Glover, Atlanta 
Julia Louis-Dreyfus, Veep
Issa Rae, Insecure
Phoebe Waller-Bridge, Fleabag

Melhor Minissérie
Big Little Lies 
Fargo
FEUD: Bette and Joan
Gilmore Girls: A Year in the Life
The Night Of
Wizard of Lies

Melhor Nova Série
Atlanta
The Crown
The Good Place
The Handmaid’s Tale
Stranger Things
This Is Us

Melhor Programa não Roteirizada
The Circus, Showtime
The Great British Baking Show
The Keepers
Leah Remini: Scientology and the Aftermath 
Shark Tank
Survivor: Game Changers

“The Handmaid’s Tale” é a série mais foda que você ainda não deu atenção


Na semana passada, foram nomeados os indicados ao Emmy 2017, premiação importantíssima da TV americana. "The Handmaid’s Tale" foi uma das selecionadas, sendo responsável pela primeira nomeação do serviço de streaming Hulu na categoria “Melhor Série Dramática”. Não só isso, o show baseado no clássico de Margaret Atwood é um dos favoritos ao prêmio.

O enredo é sobre um mundo distópico onde os Estados Unidos, após um golpe promovido por um grupo fundamentalista cristão, passa a viver sob uma ditadura, a República Gileade. As mudanças climáticas provocaram uma espécie de epidemia de infertilidade, e homens e mulheres no mundo todo pararam de ter filhos, o que provocou uma crise global. É nesse clima de medo que o discurso religioso ganha força e acontece o golpe. Nessa teocracia a palavra de Deus é livremente interpretada segundo os interesses dos fundadores, e as mulheres vivem sob constante dominação – para os homens, o objetivo final do ser feminino é a procriação e somente isso.

Nesse mundo existem as Handmaids, ou Aias, que são as poucas mulheres que ainda são férteis. Elas foram capturadas antes que pudessem sair dos Estados Unidos (a ditadura chega aos poucos e quando acontece é tarde demais para fugir). As Aias são servas das famílias que comandam a República de Gileade e sua obrigação é dar à luz a bebês para essas famílias, o que passa por um processo doloroso de estupro por parte dos chefes da casa, chamado de “cerimônia”.

Ao longo dos 10 episódios da primeira temporada, acompanhamos os pensamentos de June (Elizabeth Moss - "Mad Men"), Aia inconformada com seu cárcere privado e o mundo de terror e dominação em que vive. June está sozinha e o roteiro usa de seus devaneios para nos dar uma dose forte do medo, insegurança e raiva que passam por sua mente. Não nos esquecendo que ela é uma prisioneira, é possível notar que as diretoras da série se esforçaram para que sentíssemos incomodo com aquela mulher à mercê de pessoas poderosas, e não naturalizássemos seu sofrimento. Ela não faz tudo o que pedem porque Deus mandou, mas sim porque não tem escolha.

Falando em direção, outro ponto incrível da série são as diretoras – são 4 mulheres que dirigem 8 dos 10 episódios. Reed Morano e Kate Dennis foram inclusive indicadas ao Emmy de melhor direção em série dramática, dando peso às indicações femininas na categoria junto à Lesli Linka Glatter, de "Homeland", a única mulher entre as nomeações há dois anos.

As diretoras fizeram por merecer, porque os episódios são extremamente bem dirigidos, com uma atmosfera bem construída. Somos apresentados à três linhas do tempo: o presente, o passado próximo ao golpe e o passado depois do golpe. Em vídeo, cada um possui cores e jogos de câmera que constroem uma identidade única. É um prazer acompanhar os closes em movimento nos personagens e o ambiente sombrio da mansão iluminado por feixes de luz da janela.


Poderia uma ditadura assim acontecer? Poderíamos voltar um dia ao passado e oprimir novamente mulheres de maneira implacável? A distopia de Margaret, lançada em 1985, é mais atual do que nunca. Temos visto no mundo todo discursos de ódio ganhando espaço e fundamentalistas religiosos sendo aplaudidos mundo afora. 

“Ah, mas se algo assim acontecer, a mídia não deixará. Todos no mundo saberão das atrocidades, a ONU...”. Será mesmo? Tomem como exemplo a Rússia com a lei “anti propaganda gay”, na verdade um passe livre para o genocídio LGBT, e o Brasil e o mundo continuam com relações comerciais naturais com o país. Relativizamos a dor de outros povos, e a mídia contribui ao divulgar da forma como bem entende o que acontece em outros países, isso se quiser divulgar. 

Ao ver "The Handmaid’s Tale" nos perguntamos se seria possível tal distopia, mas a narrativa também pode ser vista por outro viés – o da sororidade. As Aias, devidamente uniformizadas de vermelho, não são seres passivos como pensam. Essas mulheres chamam o que acontecem em seus lares, sim, de estupro, violência e humilhação, e muitas querem fazer algo para mudar. É emocionante quando June percebe que, de alguma forma, não está completamente sozinha.


Alexis Bledel (“Gilmore Girls”) e Samira Wiley (“Orange Is The New Black”), indicadas por seus papéis na série, transmitem através de suas interpretações toda a dor de suas personagens. Outros destaques também ficam para as outras mulheres, com personagens minuciosamente complexos, como são os casos de Ann Downd (“The Leftlovers”) como Tia Lydia, também indicada ao Emmy, e Yvonne Strahovski (“Chuck”).

Por essas e outras, o mais esperado é que o Hulu leve o grande prêmio da noite de 17 de setembro - e, com isso, sinalizar uma alerta para a Netflix e HBO também. E a gente vai ficar, com certeza, bastante atentos às próximas produções originais do serviço.

NÃO SAIA ANTES DE LER

música, notícias, cinema
© all rights reserved
made with by templateszoo