Crítica: é uma ofensa que “O Grande Circo Místico” tenha nos representado no Oscar

De todas as qualidades do Brasil - que sim, são várias -, escolher filmes para o Oscar não faz parte do grupo. Ao longo da nossa história, focando no novo século, o país demonstrou não possuir a menor noção na hora de selecionar um longa para concorrer à categoria de "Melhor Filme Estrangeiro". Não por acaso, a última indicação que vimos foi em 1999 com a obra-prima "Central do Brasil", há 20 anos.

No século XXI, ao passo que fizemos escolhas corretas - "Cidade de Deus" em 2003, "Tropa de Elite 2" em 2012, "O Som Ao Redor" em 2014" e "Que Horas Ela Volta?" em 2016 -, acumulamos trapalhadas para envergonhar qualquer cinema: "Dois Filhos de Francisco" em 2006, "Lula: O Filho do Brasil" em 2011, "O Pequeno Segredo" em 2017 e agora "O Grande Circo Místico" em 2019. Os motivos para que afirmo serem escolhas erradas são diversos.

Se "Dois Filhos de Francisco" e "Lula" foram nomes enormes dentro do país, tratam-se de obras obviamente regionais, com um apelo universal nulo - qual o impacto que Zezé e Luciano vão causar em alguém, não sei, na Ucrânia? Por outro lado, "O Pequeno Segredo" e "O Grande Circo Místico" não sofrem apenas da sua qualidade individual, mas também por serem selecionados enquanto outros nomes muito maiores foram ignorados.


Já é um crime à cultura contemporânea o fato de "Aquarius" ter sido negligenciado em prol de "O Pequeno Segredo", uma escolha puramente política: a equipe de "Aquarius" protestou na estreia no Festival de Cannes contra o golpe do governo Temer. O caso de "Circo Místico" é ainda pior: tivemos uma pá de filmes muito melhores na disputa. "As Boas Maneiras", "Aos Teus Olhos", "Ferrugem", "O Nome da Morte" e o mais cotado (e esnobado) "Benzinho", sucesso de crítica ao redor do mundo - dono do status "aclamação universal" no Metacritic

A escolha de "Circo Místico" para levar nosso nome para a maior premiação do planeta provavelmente se deu à produção em si. Realizado pelo Brasil, Portugal e França, o filme foi dirigido por Cacá Diegues, um dos fundadores do Cinema Novo e recordista de selecionados a "Filme Estrangeiro": seis de seus filmes foram os escolhidos pela Academia Brasileira de Cinema e Ministério da Cultura (apesar de nenhum deles ter se convertido em indicação). Pelo mesmo motivo, "Bingo: O Rei das Manhãs" foi escolhido ano passado - o diretor, Daniel Rezende, já foi indicado ao Oscar e tem um BAFTA em casa, o que já garante um peso para chamar atenção da Academia. Só que, ao contrário de "Circo Místico", "Bingo" é uma delícia.


Além disso, há dois nomes internacionais no elenco: Catherine Mouchet (que já venceu o César - o Oscar francês) e Vincent Cassel (de "Cisne Negro"). São reforços para o pedigree da produção e chamarizes para votantes de fora. Todavia, muito mais do que a embalagem com rótulos bonitos e chamativos, o que gera o prestígio da Academia é o filme em si.


"O Grande Circo Místico", baseado no poema de 47 versos contido no livro "A Túnica Inconsútil" de Jorge de Lima, segue cinco gerações de uma mesma família vivendo do circo, de 1910 até os dias presentes. O século familiar é ligado por Celavi (Jesuíta Barbosa), o mestre de cerimônias que jamais envelhece - ele vê geração por geração morrer enquanto continua ali. Eis o primeiro grande problema do filme.

Os 105 minutos são divididos entre cinco blocos, focando na atual geração da família. Isso faz com que a plateia não consiga se conectar com os personagens, que permanecem muito pouco na tela. Mas nem isso é desculpa: exemplos de curtas-metragens que arrebatam nossos corações são grandes. O defeito é o roteiro rasteiro que não consegue aprofundar nenhum de seus personagens. Da Beatriz de Bruna Linzmeyer (que tenta, sem sucesso, emular a Satine de Nicole Kidman em "Moulin Rouge") ao unidimensional Fred de Rafael Lozano, eles entram e saem da tela sem gerar a percepção de diferença. Os cortes temporais injetam esperança de uma trama fresca que salve a narrativa, no entanto, são retalhos pseudo-poetizados que não funcionam.

As atuações são ou limadas pelos personagens fracos ou fracas por si só. Nem mesmo Vincent Cassel, que atua em filmes indicados ao Oscar; Mariana Ximenes, a melhor em cena; e Jesuíta Barbosa, um dos maiores atores em atuação do país, são capazes de gerar a menor empatia ou atração. Enquanto o personagem de Cassel é odioso por natureza, o de Barbosa, intitulado de forma sagaz como um trocadilho de "c'est la vie" ("é a vida", em francês), está ali como representação da arte circense, que mesmo após indas e vindas continua ali vivo e intocável. Mas essa metáfora em cima do porta-voz do longa se perde quando as indas e vindas são ruins.


Uma coisa é inegável: o trabalho visual do filme é caprichado. Do design de produção coloridíssimo aos figurinos cheios de detalhes, pelo menos há um departamento que mereça elogio dentro de "Circo Místico". Porém, o que poderia ser usado em prol da narrativa mais parece um jogo com a missão de esconder o quão raso é seu enredo a partir da ilusão da grandiosidade. Há longas sequências de espetáculos que, no fim das contas, servem para nada além de encher os olhos.

E ainda reside uma grande questão: o uso de animais pelo longa. Filmado em Portugal em 2015, desde a fotografia principal o filme enfrenta protestos contra o uso de animais reais como entretenimento. "O uso de animais em circo é um espetáculo degradante, humilhante, que atenta à vida dos animais, que veem as suas vidas e dignidades destruídas. Estamos completamente contra [ao uso de animais no filme] e sabemos que este espetáculo vai perecer. Infelizmente isto está a acontecer e é com o nosso dinheiro", falou Andreia Mota, fundadora do Ação Direta pela Libertação Animal em Portugal, durante as filmagens da fita, que teve mais de 300.000 euros de apoio financeiro público.

Mas, espanta, nada nisso é o principal afundador da película. Somando a todos os defeitos, ainda há espaço para uma misoginia absurda dentro das lonas de "Circo Místico": todas as mulheres existem na tela para serem objetos de prazer sexual dos homens. Elas estão constantemente nuas durante a projeção e são estupradas e mortas durante o sexo (!). Sim, é de largo conhecimento a situação social precária da mulher ao longo da história, mas a gratuidade que todos esses aspectos são colocados na tela é gritante.

"O Grande Circo Místico" é uma produção deprimente que nem de longe merecia o título de melhor filme brasileiro do ano quando nos representou no Oscar 2019. Artificial, gratuito e machista, o resumo mais apropriado ao longa já foi dado: parece ser um filme feito por homens que nunca falaram com uma mulher na vida, só ouviram falar que elas existem. O despreparo diante de um elenco tão diverso, capital para orquestrações visuais fabulosas e trilha sonora do Chico Buarque só afundam ainda mais esse espetáculo que não é grande nem místico.

Quer musical? Toma musical! O novo trailer de "Aladin" traz músicas da animação

Muitos ainda estavam com dúvidas sobre "Aladin" ser um musical ou não, ainda mais por contar com a direção de Guy Ritchie - o cara tem de tudo em sua filmografia, menos um musical. Para sanar qualquer dúvida, o novo trailer chega com um montão de música aliada com várias cenas clássicas. Surpreendentemente, o filme pode ser bom.


Um ponto a ser discutido é como este trailer vai se "casar" com o primeiro, que trouxe uma atmosfera muito mais épica, apesar de uma duração bem menor. De qualquer forma, é de encher os olhos as sequências musicais e ouvir novamente músicas como "A Whole New World" e "Friend Like Me", que parecem ser idênticas às originais.

Outra coisinha a ser relevada com este trailer é o visual de Will Smith. Agora sim podemos dizer  que está 10/10 com toda certeza. Diferente do vídeo anterior, nesse aqui temos um visual melhor trabalhado. Disney, se a gente criticou, era montagem.

"Aladin" chega aos cinemas em maio.

Hino inusitado, nesta semana sai música com Avril Lavigne, Luis Fonsí e Ryan Tedder

Avril Lavigne lançou neste ano seu novo disco, “Head Above Water”, e muito em breve apresentará mais uma novidade aos seus fãs, desta vez participando da faixa “Right Where I’m Supposed to Be”, o hino oficial dos Jogos Mundiais de Verão das Olimpíadas Especiais de Abu Dhabi.

Composta por Ryan Tedder com Greg Wells e Nina Woodford, a canção trará, além da canadense, a participação do vocalista do OneRepublic, o dono do hit “Despacito”, Luis Fonsi, e os artistas orientais Assala Nasri, Hussain Al Jassmi e Tamer Hosny.

Uma mistura pra lá de multicultural, né? :) 

Falando da parceria, Fonsi afirmou:

“Quando soube que essa música seria feita por um grupo incrível de pessoas talentosas, decidi que queria fazer parte dela. Tudo o que queremos é uma canção que faça as pessoas sorrirem, dançarem e terem um bom momento.”


Já Avril, contou que está muito animada pra conhecer Abu Dhabi, que visitará para performar a música nova, e também falou sobre o quanto admira e confia no trabalho de Ryan Tedder, o que ajudou com que aceitasse o convite.

O hino, no sentido mais literal possível, “Right Where I Am Supposed To Be” será apresentado ao vivo pela primeira vez na abertura das Olimpíadas Especiais, que começa no dia 14 de março e vai até o dia 21, e, posteriormente, deverá ser revelado nas principais plataformas de streaming.

Fênix do pop brasileiro, Lexa deixa o carnaval ainda maior do que chegou

Neste ano, a cantora Lexa escolheu curtir o carnaval fantasiada de Fênix, em homenagem ao atual momento de sua carreira, no qual ressurge com três hits nas plataformas de streaming, todas as canções do EP “Só Depois do Carnaval”, e é exatamente com esta imagem que se despede enquanto se consagra um dos grandes nomes da disputada temporada.



Em suas redes sociais, a dona de “Sapequinha” lamentou no último domingo (10) o cancelamento do seu bloco, que desfilaria em São Paulo, após o sumiço da equipe responsável pelo veículo, qual Lexa afirma ter pago com antecedência e, no dia do evento, perdido o contato.

Aos prantos, a artista contou que tentou contratar um trio reserva de última hora, mas, dada as proporções do evento e, principalmente, o compromisso dos artistas e produtores com o cronograma proposto pela prefeitura, não teve outra opção, senão cancelar sua atração.

Se solidarizando com a cantora, quem não tardou em mostrar apoio foram as artistas Preta Gil e Anitta, que receberam Lexa em seus respectivos blocos e garantiram a folia ao som dos seus hits, ressignificando a fantasia escolhida antes de toda a confusão.

Fênix do pop brasileiro, Lexa estreou em 2015, com o single “Posso Ser”, e lançou no mesmo ano seu primeiro e único disco, “Disponível”. Em 2018, a cantora conquistou um público muito maior do que seus trabalhos anteriores com MC Lan e o hit “Sapequinha”, mantendo a boa fase nos passos seguintes: “Provocar”, com Gloria Groove, e “Só Depois do Carnaval”, todas produzidas pelo coletivo Hitmaker.



Voz frequente entre os blocos de rua que dominaram o carnaval deste ano, Lexa foi só elogios às cantoras que a convidaram, não só pelo apoio enquanto artistas, mas também pela união como mulheres dentro de uma indústria que, historicamente, promove a rivalidade entre elas.

Cumprindo a máxima dos males que vêm para o bem, é quase impossível assistir aos vídeos  dela nos blocos de Preta e Anitta sem dividir da mesma gratidão e emoção da artista, muito bem recebida também pelo público, que entoa palavra por palavra de seu sucesso à plenos pulmões, fazendo com que ela deixe o carnaval ainda maior do que chegou. E que bom que chegou.

Carinho, respeito e empatia! Obrigada @anitta por dividir seu trio comigo! Sou tão abençoada! Foi a primeira coisa que eu disse pra você "Obrigada" que Deus nos abençoe sempre! Você foi encantadora comigo no Trio, dançamos juntas tantas músicas. Amei! Deus é bom o tempo todo 💕

503.1k Likes, 13.6k Comments - Lexa (@lexa) on Instagram: "Carinho, respeito e empatia! Obrigada @anitta por dividir seu trio comigo! Sou tão abençoada! Foi a..."


Se o papo de casal ficou para depois do carnaval, não podemos dizer o mesmo sobre os planos de Lexa, que já fala em música nova e, também por suas redes sociais, promete outro single que a mantenha entre as mais ouvidas do país. No que depender do que ouvimos dela até aqui, não temos porque duvidar.

Como diz Pabllo Vittar, não para não! <3

Genteee! BTS anuncia segundo show no Brasil após esgotarem ingressos em 2 horas

Gente, o k-pop vai mesmo dominar o mundo, né? E se ainda restava alguma dúvida quanto a força do gênero em solo brasileiro, os fãs do fenômeno coreano BTS se esforçaram para mostrar que eles estão maiores do que nunca.

Em duas horas, os ingressos para o primeiro show do grupo no Brasil, marcado para o dia 25 de maio em São Paulo, chegaram ao fim e, com isso, o estádio que os receberá, Allianz Parque, prometeu uma apresentação extra para suprir a demanda do público, que já estava desesperado ao ver as entradas esgotarem.

Com isso, os donos dos hits “DNA”, “Idol” e “Fake Love” garantiram mais um dia de estadia por aqui, tocando no mesmo local no dia 26 de maio; os ingressos começarão a ser vendidos pela internet e bilheteria física ainda esta semana, no dia 14, e pelas filas e congestionamentos que marcaram a manhã desta segunda (11), a dica é se preparar para nem piscar.

Seguidos por uma verdadeira legião de fãs ao redor do mundo, o grupo protagoniza um dos maiores momentos do k-pop desde o hit “Gangnam Style”, do cantor PSY, e atualmente promove seu terceiro disco em coreano, “Love Yourself: Answer”, que os catapultou no último ano para o topo da Billboard Hot 200, a maior e mais disputada parada musical dos EUA.

Se você ainda não se rendeu a febre coreana, essa é a hora.

O ano é 2019 e os Jonas Brothers estreiam no topo da Hot 100 americana com “Sucker”

Se falássemos, há alguns anos, que estaríamos aqui, em pleno 2019, noticiando que os Jonas Brothers fizeram um comeback tão bem sucedido que conquistaram seu primeiro número 1 nos Estados Unidos, você provavelmente não acreditaria. Mas é exatamente isso que aconteceu nesta semana, conforme informou a Billboard nessa segunda (11).

O trio de irmãos voltou com tudo com o pop delicioso de “Sucker”, desbancando hits como “7 rings” da Ariana Grande, “Please Me” da Cardi B com o Bruno Mars, e “Sunflower” do Post Malone com o Swae Lee. O novo single do trio se tornou a primeira música de um grupo a estrear direto no topo da Hot 100 neste século.


É claro que a nostalgia teve um papel importante na conquista desse #1, mas não podemos tirar os créditos dos Jonas. A banda soube aproveitar todo o hype do comeback, lançando uma música realmente boa e chiclete, produzida por Ryan Tedder e Frank Dukes, dois grandes nomes do pop no momento. “Sucker” conseguiu unir o melhor da carreira solo de Nick, os pontos fortes do DNCE, a banda paralela de Joe, e soar como algo que os Jonas Brothers faziam no passado, porém atualizado.

O mérito vai também para o ótimo e divertido videoclipe da canção, que conseguiu elevar a música ao trazer a participação de Priyanka Chopra, Sophie Turner e Danielle Jonas, companheiras de Nick, Joe e Kevin, respectivamente. É impossível ouvir a canção sem imediatamente pensar no vídeo. 


Só isso seria o suficiente pra fazer com que “Sucker” se tornasse um hit e dominasse o Spotify norte-americano e global, como fez. Mas os caras foram além. Diferente do que a maioria dos artistas da atualidade tem feito, os Jonas optaram por divulgar ativamente a música, participando de inúmeros programas de rádios, que, a gente bem sabe, ainda tem um peso considerável na Hot 100, e passando uma semana inteira no programa do James Corden, participando de quadros como o famoso Carpool Karoke. Não teve descanso, mas valeu a pena.


Alô, One Direction! É só organizar direitinho que o comeback bem sucedido vem também, viu? 

Lista: 10 filmes dirigidos por mulheres que demonstram sua importância no cinema

Mais um 08 de março, mais um Dia Internacional da Mulher. A data existe para celebrarmos a existência desse ser que ainda é vítima de opressões e violências diárias só por ser mulher. Nem preciso entrar nos trâmites que corroboram com a importância do pensamento crítico e social ao redor das mulheres, então sigamos em frente.

O Cinema é uma das indústrias que mais reflete a exclusão da mulher: elas são minorias em quase todos os departamentos. Os números não mentem: das 100 maiores bilheterias de 2018, apenas 4% eram dirigidas por mulheres. Enquanto o Oscar 2019 teve o maior montante de mulheres vencedoras, o prêmio de "Melhor Direção" só viu uma delas vencendo, Kathryn Bigelow por "Guerra Ao Terror" (2008) - e só outras QUATRO foram indicadas nos mais de 90 anos da premiação.

Por isso, decidi listar 10 filmes maravilhosos e modernos que possuem mulheres na cadeira de direção. A lista não está em ordem de preferência e nem escolhe os 10 melhores filmes femininos da *insira a faixa de tempo*, e sim traz 10 nomes que, talvez, o grande público não conheça - obras como "Lady Bird" (2017), "Que Horas Ela Volta?" (2015) ou "Precisamos Falar Sobre Kevin" (2011) foram postas de lado por já serem largamente famosas.


Na Flor da Idade (Grzeli Nateli Dgeeb/In Bloom), 2013

Dirigido por Nana Ekvtimishvili & Simon Groß.
Após o colapso da União Soviética nos anos 90, duas irmãs georgianas seguem suas vidas em meio ao caos social. Para elas, o mundo ainda não havia mostrado suas garras. Quando uma é obrigada a se casar, elas finalmente entendem o papel da mulher no universo patriarcal. "Na Flor da Idade" é um drama familiar intenso e cru que se divide entre chocar e sensibilizar a plateia. Ainda tem um acréscimo de ser vindouro de um país cuja cultura cinematográfica seja tímida - não lembro de já ter visto outro filme da Geórgia.

O Julgamento de Viviane Amsalem (Gett), 2014

Dirigido por Ronit Elkabetz & Shlomi Elkabetz.
Em plena Israel contemporânea, Viviane só deseja uma coisa: se separar do marido. Mas lá não existe divórcio civil, cabendo ao homem a voz final para a dissolução do casamento - e o de Viviane jamais aceitará. Assim começa a batalha de uma mulher que só deseja ser dona de si mesma. Confinando-nos dentro de um tribunal por 2h, "O Julgamento de Viviane Amsalem" é a metáfora perfeita para a situação claustrofóbica da protagonista, que deseja nada além da sua liberdade - e tudo sem cair em chavões fáceis como abusos e violências. É a luta pelo simples direito de ser. Uma perda para o Cinema internacional a morte precoce de Ronit Elkabetz (co-diretora e protagonista) em 2016.

Políssia (Polisse), 2011

Dirigido por Maïwenn.
Segundo Maïwenn, o título de "Políssia" veio do seu filho, que escreveu a palavra "polícia" com dois "s". O título é singelo, mas carrega o cerne da película: conhecemos a rotina dos policiais da Brigada de Proteção de Menores. Sua principal função é lidar com crianças vítimas de pedofilia. Muito mais que uma visão fria do trabalho, os 120 minutos de duração obrigam o espectador a chorar e vomitar um turbilhão de sensações, costurando de forma brilhante o dia a dia do combate à pedofilia com seus impactos sociais e psicológicos sob todos os envolvidos. "Políssia" é o Cinema como espinho necessário.

Eu Não Sou Uma Feiticeira (I Am Not a Witch), 2017

Dirigido por Rungano Nyoni.
Vencedor do prêmio de "Melhor Estreia" no BAFTA 2018, "Eu Não Sou Uma Feiticeira" viaja até a Zâmbia para escancarar a cultura africada de bruxaria. Só que, ao contrário do que podemos esperar, ser rotulada como bruxa é o pior pesadelo de uma mulher. Rungano Nyoni sabe da importância do seu texto e de como extrair imagens poderosíssimas do seu filme, e "Eu Não Sou" é uma alegoria carregada e certeira do choque entre gerações e como algumas tradições devem ser urgentemente abolidas.

Cabelo Ruim (Pelo Malo), 2013

Dirigido por Mariana Rondón.
Junior mora na periferia de Caracas, Venezuela. Correndo nas ruelas do complexo de precários apartamentos em que vive, o garoto sonha em ter a foto do anuário escolar perfeita, e para isso - diz ele - precisa alisar o cabelo. Isso se torna uma obsessão para o menino, o que desencadeia a ira da mãe, preocupada com o fato do filho ser gay. "Cabelo Ruim" esbanja sensibilidades ao abordar um conjunto de temas complexo - raça, sexualidade e pobreza - sob o prisma infantil, que desde cedo sente nas costas os pesos e as pressões da sociedade. Mariana Rondón, no entanto, não tem pudores em revelar o quão cruel podemos ser diante do sonho de uma criança.

Marguerite (idem), 2017

Dirigido por Marianne Farley.
Curta-metragem indicado ao Oscar 2019, "Marguerite" gravita ao redor da personagem-título, uma idosa que recebe os cuidados de Rachel, sua enfermeira. Esta entra e sai da casa e da vida de Marguerite, que tem sua percepção mudada quando descobre que Rachel é lésbica. A descoberta vai destravar sentimentos passados e mudar a relação das duas. O curta de Marianne Farley tem apenas 19 minutos, todavia, arranca lágrimas pelo violento nível de emoção ao abordar tópicos que dificilmente aparecem lado a lado - e com uma expertise de dar inveja.

Blue My Mind (idem), 2017

Dirigido por Lisa Ivana Brühlmann.
O maior medo da adolescente Mia é a sua própria natureza: com 15 anos, ela entra na puberdade e seu corpo começa a mudar. Na fase mais conturbada da vida, ela tenta se encaixar no grupo de meninas enquanto desesperadamente busca um meio de frear seu próprio corpo. "Blue My Mind" (trocadilho genioso em inglês) nada mais é que uma metáfora cinematográfica das mudanças femininas na puberdade. Lisa Brühlmann pega verdades comuns e produz matéria-prima para um enredo que une realismo com fantasia.

O Estranho Que Nós Amamos (The Beguiled), 2017

Dirigido por Sofia Coppola.
Uma escola feminina no interior dos EUA em plena Guerra Civil tem sua rotina mudada permanentemente quando um soldado ferido é resgatado em suas imediações. Relutante pela presença do homem, a diretora da escola se vê tentada a deixa-lo ali - mas ela não imaginava que a tentação não seria só dela. "O Estranho" rendeu o segundo prêmio de "Melhor Direção" a uma mulher no Festival de Cannes - para Sofia Coppola -, e merecidamente. Seu filme é um conto de como a masculinidade é uma doença naquele corpo feminino, que deve se unir para não ver sua própria ruína.

Pária (Pariah), 2011

Dirigido por Dee Rees.
De uma das maiores expoentes do cinema negro norte-americano - Dee Rees -, "Pária" coloca no palco Alike, uma garota de 17 anos que passa por uma batalha interna para se aceitar como lésbica. Chamado de "semi-autobiografia" por Rees (que também é lésbica), a obra é o "Moonlight" (2017) feminino: explora as dores específicas que uma pessoa negra sofre por ser gay. Alike ainda tem o peso de ser mulher e estar fincada numa família religiosa, mais um prego na cruz que deve carregar. Visual e socialmente estonteante, "Pária" é uma pérola do Cinema em todos os quesitos.

Cafarnaum (Capernaum), 2018

Dirigido por Nadine Labaki.
Nas favelas do Líbano vive Zain e sua família. O garoto está preso (com apenas 12 anos) após se envolver num crime. No julgamento, ele revela querer processar os pais; o motivo? "Por eu ter nascido". "Cafarnaum" é uma obra-prima inestimável que tem acumulado prêmios e indicações ao redor do mundo - foi indicado a "Melhor Filme Estrangeiro" no Oscar 2019 e merecia ter levado. O trabalho que Nadine Labaki realiza enquanto diretora e roteirista é fora de série, uma das direções mais poderosas do ano que a comprova como voz fundamental para a Sétima Arte.

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Muito longe do raso: Lady Gaga chega ao topo da Hot 100 americana com "Shallow"

Depois de levar pra casa todos os prêmios possíveis por "Shallow", incluindo Grammy, Globo de Ouro e, finalmente, um Oscar, Lady Gaga ainda tem o que alcançar e comemorar. Seguindo sua vitória na principal premiação do cinema, a música da trilha de "A Star Is Born" chegou ao topo da principal parada norte-americana nessa segunda-feira (04).



Ser aclamada pelo público e pela crítica especializada é essencial. 

Pra chegar ao 1º lugar da Billboard Hot 100, "Shallow" precisou subir nada mais do que vinte (!) posições e desbancar Ariana Grande, que já estava no topo da parada há cinco semanas não consecutivas com "7 rings" e cai agora para o segundo lugar. Em terceiro temos Halsey com o hit "Without Me", completando um top 3 totalmente feminino, do jeito que a gente gosta. 

Além de chegar ao #1 da parada de singles dos Estados Unidos nessa semana, Lady Gaga também conquistou o topo do chart de álbuns pela quarta vez com a trilha de "A Star Is Born". Essa é a primeira vez que Gaga tem a música e o disco número 1 nos EUA na mesma semana.

A parceria com Bradley Cooper (que, vale lembrar, já tem Grammy e, agora, #1 na Hot 100, mesmo não sendo primariamente um cantor), é o quarto número 1 de Lady Gaga nos Estados Unidos. Ela chegou ao topo da parada com "Just Dance" e "Poker Face", lá em 2009, e com "Born This Way", em 2011.



Se isso é a decadência de Lady Gaga, porrannnnn, imagina o auge?

Nossa adolescência tá viva! Vem ouvir "Sucker", o comeback dos Jonas Brothers

Estão autorizados os gritos escandalosos: os Jonas Brothers estão de volta! Depois de quase 6 anos da separação do grupo, os irmãos Nick, Joe e Kevin começam 2019 trabalhando juntos novamente, com o single "Sucker" como primeiro lançamento.

O anúncio do comeback veio depois de muita especulação da imprensa e dos fãs nas últimas semanas, desde que as contas oficiais do Jonas Brothers no Instagram e no Twitter foram reativadas e tiveram todo o seu conteúdo removido. No dia 18, a US Weekly publicou uma matéria indicando que o trio estaria em Londres em reuniões para discutir o futuro de suas carreiras, o que aqueceu ainda mais os rumores do retorno da banda. Os três mantiveram silêncio até a manhã de quinta-feira (28), quando compartilharam a capa do single de retorno em suas redes sociais oficiais.

"Sucker" é um super presente para quem passou a adolescência ouvindo os hits dos irmãos Jonas: mesmo com uma sonoridade bem parecida com os seus últimos trabalhos, traz vocais e elementos mais modernos que indicam um amadurecimento no trabalho dos irmãos.


O clipe foi filmado na Inglaterra, e tem um cenário bem tradicional da história da região, composto de um castelo rodeado por um enorme jardim. Dentro dele, os três apresentam a música para uma plateia mega especial, composta pelas companheiras de cada um deles: Priyanka Chopra (Nick), Sophie Turner (Joe) e Danielle Jonas (Kevin). A interação de todos eles no vídeo é mega divertida e cheia de looks incríveis, inspirados na realeza.

O lançamento ainda vem acompanhado ações exclusivas para o Late Late Show, de James Corden: eles terão uma semana de aparições no programa, participando de entrevistas e dos quadros Carpool Karaoke e Spill Your Guts or Fill Your Guts.


O último lançamento dos Jonas antes da separação do grupo foi o álbum ao vivo "Live", em 2013. Desde então, Nick teve uma carreira solo bastante bem sucedida, com bons resultados nos charts para os álbuns "Nick Jonas" (2014) e "Last Year Was Complicated" (2016); Joe formou a banda DNCE em 2015, e com eles conquistou o top 10 do Hot 100 com o megahit "Cake By The Ocean". Já Kevin passou esse período afastado da música, e estrelou o reality "Married To Jonas" no E! ao lado de sua esposa Danielle em 2013.

E aí, o que acharam do retorno dos Jonas Brothers? Acham que eles têm chances de superar a nostalgia e consolidar a carreira na fase adulta? Dêem os seus pitacos aqui embaixo!

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